“É um ás de trunfo”. Montenegro já tem um nome em mente para Ministro das Finanças

Tiago Petinga / Lusa

Montenegro está a fechar-se em copas com as suas escolhas para o Governo, mas já tem um nome no topo da lista para a pasta das Finanças.

Ainda não se sabe que partido vai integrar o novo Governo, mas Luís Montenegro já tem alguns nomes em cima da mesa que devem fazer parte do seu leque governamental, caso seja a Aliança Democrática a ser indigitada.

De acordo com o Correio da Manhã, Paulo Macedo, actual presidente da Caixa Geral de Depósitos, é o favorito de Montenegro para a pasta das Finanças devido ao seu “perfil político, conhecimento técnico e experiência profissional”, assim como a sua “imagem de credibilidade” junto dos portugueses.

O líder do PSD considera ainda que Macedo seria um “ás de trunfo” no executivo e que seria capaz de cumprir as promessas eleitorais da AD, que incluem reduções de impostos, ao mesmo tempo que mantém as contas públicas em ordem.

Recorde-se que Macedo já foi Ministro da Saúde entre 2011 e 2015, durante o Governo de Passos Coelho. O seu mandato na CGD termina este ano, o que pode dar azo à sua saída para o executivo. Contactado pelo CM, Macedo avança que “não existiu nenhum contacto” com Montenegro e que continua “empenhado” na Caixa.

Convites formais ainda não avançaram

Luís Montenegro está a aguardar pelos resultados dos votos dos emigrantes para avançar com os convites formais para o Governo, dado que o Presidente da República vai indigitar o líder do partido mais votado e ainda é possível o PS vencer as eleições.

Segundo o Sol, nem sequer o círculo próximo de Montenegro sabe das suas escolhas. O presidente social-democrata não quer que os nomes sejam divulgados na imprensa antes da reunião com Marcelo — o que aconteceu durante a governação de Costa e causou uma bronca institucional — e pretende garantir assim que a sua relação com o chefe de Estado arranca com o pé direito.

“Não tenho dúvidas de que o Luís já tem um Governo na cabeça, mas não o partilha com ninguém. Ele ouve muitas pessoas e aconselha-se, mas é muito solitário no momento da decisão e não me espanta que fique tudo fechado a sete chaves até à hora do anúncio público”, avança uma fonte do PSD.

Este recato de Montenegro será também inspirado por Cavaco Silva, que se encontrou numa situação semelhante em 1985, quando formou o seu primeiro Governo, que também foi minoritário e plantou as sementes para as suas duas maiorias absolutas.

O objectivo de Montenegro é garantir que tem um elenco forte e mostrar que o seu projecto foi interrompido por oportunismo político, caso o Governo caia já no final do ano com um eventual chumbo do Orçamento.

 

Mesmo com todo este sigilo, há nomes que já circulam como escolhas prováveis para o Governo. Caso a escolha por Macedo para as Finanças se confirme, Joaquim Miranda Sarmento — o actual líder parlamentar do PSD e um dos maiores defensores das reformas fiscais — deve ficar com outra pasta importante no Governo.

Miguel Pinto Luz, vice-presidente do PSD, também já suspendeu o seu mandato de vice-presidente da Câmara de Cascais e deve integrar a lista de Montenegro. José Pedro Aguiar-Branco é também apontado à Presidência da Assembleia da República.

Nomes como Teresa Morais, Miguel Poiares Maduro, Hugo Soares, Gonçalo Matias, Leitão Amaro, Marques Guedes, Nuno Melo, Margarida Balseiro Lopes, Ana Paula Martins ou Pedro Reis são outros que estarão a ser estudados para o Governo.

Adriana Peixoto, ZAP //

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