Ataque a Rafah no Ramadão é “linha vermelha”. Israel já a pisou

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Abir Sultan / EPA

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel

Exército de Israel voltou a matar, na véspera do Ramadão, e prepara-se para ignorar novamente os avisos dos EUA. Biden está “enganado se acha que estou a prejudicar Israel”, diz o primeiro-ministro israelita.

O exército israelita voltou a bombardear Gaza este fim de semana, matando dezenas de pessoas na véspera do Ramadão e no meio de uma mobilização internacional para enviar ajuda humanitária à população civil sitiada e ameaçada de fome.

Segundo as autoridades do Hamas, pelo menos 85 palestinianos morreram em mais de 60 ataques noturnos, que também atingiram casas no centro e no sul de Gaza, especialmente em Khan Yunis.

Pelo menos 13 pessoas morreram quando projéteis caíram sobre tendas de pessoas deslocadas na região de Al-Mawasi, entre Khan Yunis e Rafah, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. O número total de vítimas mortais em Gaza, ao fim de cinco meses, ultrapassa os 31 mil mortos.

Antes do Ramadão, o mês sagrado muçulmano de jejum que começa na segunda ou terça-feira, não há qualquer sinal de um acordo de tréguas no conflito desencadeado pelo ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023 — mesmo depois de o presidente dos EUA reforçar que o primeiro-ministro israelita “tem de tomar mais atenção à perda de vidas inocentes em consequência das ações tomadas” e que um possível ataque a Rafah seria “uma linha vermelha”.

“Ele está a fazer mais mal do que bem a Israel”, disse Biden.

O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu foi rápido a responder, em entrevista ao Politico, onde referiu que a sua linha vermelha era “garantir que um ataque como o de 7 de outubro não volta a acontecer”.

Se Biden “considera que eu estou a prejudicar Israel ou a ir contra a vontade da maioria dos israelitas, está enganado”, sublinhou.

Netanyahu também está a ser criticado no país, onde parte da opinião pública quer um acordo de tréguas que permita a libertação dos reféns, enquanto Israel e o Hamas se acusam mutuamente de obstruir esse acordo.

No sábado à noite, milhares de pessoas manifestaram-se em Telavive para exigir a demissão de Netanyahu, com a multidão a gritar “Eleições! Agora” e “Que vergonha para o governo”, segundo a AFP.

Com o conflito prestes a entrar no sexto mês, 2,2 milhões dos 2,4 milhões de habitantes estão ameaçados de fome e 1,7 milhões de pessoas foram deslocadas do local em que viviam, de acordo com os dados mais recentes da ONU.

Israel cercou a Faixa de Gaza desde 9 de outubro e só permite a entrada de ajuda por via terrestre a partir do Egito, que mantém a fronteira fechada.

Nos últimos dias, vários países ocidentais e árabes têm estado a enviar pacotes de alimentos e medicamentos para Gaza.

A União Europeia (UE) e os EUA anunciaram na sexta-feira que estavam a preparar um corredor marítimo humanitário a partir de Chipre, a cerca de 370 quilómetros de Gaza. O comando militar norte-americano anunciou este fim de semana que um navio da sua frota está a dirigir-se para Gaza com equipamento para construir um porto temporário que permita a chegada de ajuda por via marítima.

Resta saber como é que a ajuda será transportada através do território, que é bombardeado diariamente por Israel e assolado por combates.

ZAP // Lusa

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5 Comments

  1. Porque o Hamas não aceitou o cessar fogo…. Mesmo o Israel ter pedido foi ignorado. Sabem para haver cessar fogo as duas partes tem que concordar ou se não cai no mesmo saco que os cessar de fogo que a Russia tem aceitado…. E no fim não respeitam.

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  2. Parece que os Judeus se estão a vingar do Holocausto nos Palestinianos. Entretanto, não parece que haja grande ajuda dos países árabes aos Palestinianos. Será medo de Israel? E porque é que os EUA continuam a fornecer armamento ao Bibitler?

  3. Quero lá saber do ramadão ou lá o que os islâmicos nos querem impingir. Aqui vai lembrar-se a Páscoa, essa sim, é uma tradição nossa e não dos mouros invasores e ocupantes que há 900 anos! Vão fazer ramadão para a Arábia!

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