O primeiro voo do Space Rider da ESA vai provavelmente aterrar nos Açores

ESA

Laboratório orbital não tripulado Space Rider, da ESA

A Agência Espacial Europeia vai decidir durante o segundo trimestre de 2024 o local de aterragem dos primeiros voos do seu laboratório espacial não tripulado  Space Rider. E a ilha de Santa Maria, nos Açores, é uma das melhores possibilidades — mesmo para o voo inaugural.

Uma delegação da Agência Espacial Europeia (ESA) visitou no início deste mês a ilha de Santa Maria, no âmbito do processo de decisão do local de aterragem do laboratório espacial Space Rider.

A ilha açoriana está neste momento bem posicionada para acolher os primeiros voos do laboratório orbital reutilizável não tripulado da ESA, que está atualmente em fase de testes e validação.

Estou aqui para insistir nisso. Santa Maria é uma boa opção”, afirmou no decorrer da visita o Diretor de Programas de Voo da ESA, Stefano Bianchi, que promete que a decisão da agência espacial será tomada “rapidamente”.

“Estou aqui basicamente porque Santa Maria é, desde o início, uma das opções para a aterragem do Space Rider. Porquê Santa Maria? Porque o local é fantástico em termos de operações espaciais e já tem infraestruturas que podem ser adaptadas”, explica Bianchi, citado pela Agência Espacial Portuguesa.

Segundo o responsável da ESA, Santa Maria precisará de poucas melhorias para permitir o regresso à Terra do Space Rider, o primeiro veículo europeu reutilizável capaz de aterrar.

Apresentado em 2019, o Space Rider está atualmente em fase de testes e validação, estimando-se que o voo inaugural aconteça no terceiro trimestre de 2025.

O veículo pretende fornecer um sistema de transporte espacial integrado de acesso e retorno do espaço para clientes comerciais. Lançado num foguete Vega-C, servirá como laboratório espacial não tripulado e de alta tecnologia, podendo ser operado durante mais de dois meses em órbita baixa.

Depois deste período, a nave volta a entrar na atmosfera e pousa recorrendo a um pára-quedas, devolvendo então a sua carga útil aos cientistas que se encontram no local de pouso. Após uma remodelação mínima, o aparelho fica pronto para a próxima viagem — com novas cargas e novas missões.

A nave pode girar, apontado a carga para uma determinada direção de acordo com as necessidades científicas da missão. Por exemplo, o aparelho pode voar de “cabeça para baixo” se a missão for destinada a estudar a Terra, ou então lateralmente se o alvo em estudo for o Espaço.

Com um capacidade de até 800 quilos de carga útil ou um volume máximo de até 1200 litros, a nave combina reutilização, operações em órbita e transporte, com a capacidade de reentrada na atmosfera para pousar com segurança perto de áreas habitadas.

ZAP //

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