Há fortes indícios de que chovem diamantes em cerca de um terço dos planetas conhecidos no Universo — incluindo dois da nossa galáxia.
Esta descoberta desafia suposições anteriores sobre a formação de diamantes no cosmos e abre novas vias para a compreensão dos interiores planetários e respetivos campos magnéticos.
Um fenómeno que se julgava raro no Universo pode ser, afinal, muito comum em cerca de um terço dos exoplanetas conhecidos.
A conclusão é de um estudo, publicado esta segunda-feira na Nature Astronomy, que revelou que as chuvas de diamantes atingem mais 1.900 exoplanetas de todas as galáxias.
O resultado valida as conclusões de um estudo anterior, publicado em setembro do ano passado na revista Science Advances, segundo o qual estão a chover diamantes um pouco por todo o Universo.
Como detalha a New Scientist, no processo de investigação foi levada a cabo uma técnica inovadora de compressão estática com aquecimento dinâmico. Os cientistas comprimiram poliestireno (o material usado para fazer esferovite) entre dois diamantes exposto a raios-X de forma intensiva.
A formação de diamantes foi depois observada a temperaturas a rondar os 2200°C e pressões de 19 gigapascals (GPa) – condições similares às encontradas em Urano e Neptuno a pouca profundidade e muito menos extremas do que as anteriormente consideradas necessárias para a formação de diamantes.
Citado pela New Scientist, o líder da investigação Mungo Frost, do Laboratório Nacional de Aceleradores SLAC na Califórnia (EUA), disse-se surpreendido com os resultados, porque “contrariam o que era antes estabelecido e não era o que se esperava“.
De acordo com os cientistas, a nova descoberta indica a existência chuva de diamantes em mais de 1.900 dos 5.600 exoplanetas conhecidos.
Além disso – e de forma mais surpreendente -, descobriu-se que em Urano e Neptuno os diamantes podem formar-se a pouca profundidade – o que vem mudar a atual compreensão sobre dinâmica interna desses planetas gelados e respetivos campos magnéticos.