Descobertas fivelas de ouro com 1500 anos com governante “majestosamente sentado num trono”

Z. Samashev

Os ornamentos têm representações do grande khagan, que era o governante soberano dos Göktürks.

Arqueólogos no Cazaquistão fizeram uma descoberta notável no sítio arqueológico de Eleke Sazy, com cerca de 1500 anos, próximo das fronteiras orientais do país. Foram descobertos dois ornamentos de ouro num túmulo nobre, que terão sido as primeiras representações conhecidas do grande khagan, o governante supremo dos Göktürks, uma confederação nómada dominante de povos turcófonos do sexto ao oitavo século.

Zainolla Samashev, líder da escavação, acredita que as placas de ouro retratam um “soberano coroado” em pose santificada, sentado num trono e cercado por servos. Essa iconografia enfatiza a natureza sagrada do poder na sociedade turca antiga. Os cientistas acreditam que o túmulo contém os restos de um tegin, ou príncipe, provavelmente do clã real Ashina, fundadores de dois estados turcos na Ásia Central e origem do termo “khagan”, explica o Live Science.

Encontradas na câmara central do túmulo onde o príncipe foi cremado, as placas de ouro medem cerca de 3,7 centímetros de diâmetro e parecem ser uma forma de fivela de cinto, um símbolo de poder na sociedade turca.

As gravuras detalhadas mostram o khagan com uma coroa ornamentada, sentado num trono ladeado por dois servos ajoelhados a oferecer comida. A descoberta é significativa, pois estas são as primeiras representações verificadas de um khagan dos Göktürks, possivelmente do próprio grande khagan.

O túmulo acabou por se transformar num complexo memorial cultual, servindo como um centro cultural e espiritual para as pessoas venerarem o tegin e as crenças dos Göktürks. O arqueólogo Serhan Çınar explicou que este complexo está ligado à entrada dos turcos antigos na história, refletindo as suas orientações espirituais, religiosas e filosóficas.

O complexo, construído em pedra e terra, estende-se por cerca de 90 metros de comprimento por 50 metros de largura e consiste em duas partes principais, cada uma cercada por um muro de pátio. Uma sala central no labirinto abrigava uma escultura de pedra, agora quebrada e sem cabeça, que se acredita que representava o ocupante do túmulo.

O local inclui centenas de artefatos, incluindo objetos de prata, ferro e bronze, armas, equipamentos para cavalos e um amuleto feito de cristal de rocha. Estas descobertas oferecem visões inestimáveis sobre a cultura dos Göktürks e o prestigiado estatuto do príncipe sepultado.

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