A Terra deverá desaparecer daqui a 4,5 mil milhões de anos, quando o Sol morrer. No entanto, os humanos já não vão existir para contar a história.
Hoje, o Sol serve como uma fonte crucial de gravidade e energia, mas o seu caminho evolutivo vai levar ao fim da Terra. Os cientistas preveem que o fim da Terra, causado pela transformação do Sol numa gigante vermelha, acontecerá daqui a vários milhares de milhões de anos, mas a vida no nosso planeta poderá cessar muito antes.
“A Terra terá provavelmente 4,5 mil milhões de anos antes de o Sol se tornar uma grande gigante vermelha e a engolir”, explica Ravi Kopparapu, cientista planetário do Goddard Space Flight Center da NASA, ao Live Science.
Esta expansão faz parte do ciclo de vida do Sol, onde esgotará o seu combustível de hidrogénio, levando à cessação da fusão nuclear. A compressão do núcleo de hélio sob a gravidade desencadeará um aumento dramático na temperatura, fazendo com que as camadas exteriores do Sol inchem significativamente.
No entanto, é improvável que a Terra permaneça habitável até esta fase final. O aumento da luminosidade do Sol levará primeiro a condições insuportáveis para a maioria das formas de vida.
Daqui a cerca de 1,3 milhares de milhões de anos, o ambiente quente e húmido sustentado tornará a Terra inabitável para os humanos. Espera-se que os oceanos evaporem durante cerca de 2 milhares de milhões de anos, à medida que o brilho do Sol se intensifica em quase 20% do seu nível atual. Enquanto certos extremófilos podem sobreviver a estas condições adversas, as formas de vida complexas como os humanos não o farão.
Kopparapu e Rodolfo Garcia, estudante de doutoramento em astronomia e astrobiologia na Universidade de Washington, destacam as ameaças imediatas à vida humana. Um aumento de febre de apenas 3,3 graus Celsius pode ser fatal para os humanos.
Além disso, as temperaturas de bulbo húmido perigosas – uma medida que combina humidade, temperatura e outros fatores ambientais – já estão a atingir níveis críticos para a sobrevivência humana.
Temperaturas de bulbo húmido tão baixas quanto 30.º C podem ser fatais, e regiões como o Médio Oriente poderão regularmente ter temperaturas de 35.º C até ao final do século. Nessas temperaturas, a capacidade do corpo humano de se arrefecer através da transpiração torna-se ineficaz, cozinhando literalmente no calor.
A pesquisa sugere que as alterações climáticas provocadas pelo Homem, nomeadamente as emissões de gases de efeito estufa, representam uma ameaça significativa à vida e à sociedade na Terra, muito antes do Sol chegar ao fim do seu ciclo de vida.
As previsões indicam que os próximos cem anos serão críticos para a sobrevivência humana, sublinhando a urgência de abordar as alterações climáticas para mitigar estes riscos iminentes.