A pesquisa descobriu uma correlação entre a forma como vemos o mundo e o tipo de música que ouvimos.
Um estudo recente publicado na revista PLOS One descobriu que as músicas preferidas por uma pessoa podem dar pistas sobre os seus valores morais.
Os investigadores da University College London exploraram a conexão entre os princípios morais das pessoas e as suas preferências musicais, revelando padrões intrigantes.
Este estudo recorreu à Teoria das Fundações Morais de Jonathan Haidt e Jesse Graham como base teórica e baseou-se em questionários auto-relatados com 1480 participantes em Itália, parte do projeto LikeYouth. Os voluntários responderam a questões que avaliavam os seus valores morais em cinco fundações distintas: Cuidado, Justiça, Lealdade, Autoridade e Pureza.
Os cientistas analisaram as preferências musicais dos participantes examinando as músicas de que eles gostaram nas páginas de artistas do Facebook. Foram ainda extraídas características acústicas e líricas das cinco principais músicas de cada artista preferido. Recorrendo a algoritmos de inteligência artificial, foi possível prever os valores morais dos participantes com base nas músicas de que gostavam.
Os indivíduos que valorizam as fundações de Cuidado e Justiça tendem a preferir artistas cujas letras giram em torno de temas de cuidado e alegria. Aqueles que enfatizam Lealdade, Autoridade e Pureza são atraídos por letras que discutem justiça, santidade e amor.
Além disso, os atributos musicais das canções também desempenharam um papel significativo. Os participantes com valores de Vinculação preferiram música mexida, alta e com sons mais positivos. Aqueles com valores de Individualização escolheram músicas com qualidades acústicas suaves e sons menos dinâmicos.
“Uma mensagem direta deste estudo é que os indivíduos tendem a alinhar as suas preferências musicais com as suas visões de mundo e crenças morais. Ficou evidente que tanto as letras quanto os recursos de áudio das músicas desempenham um papel fundamental na formação dos gostos musicais dos indivíduos”, explica a autora do estudo Vjosa Preniqi ao PsyPost.
No entanto, os resultados podem não se aplicar universalmente, pois os dados vieram principalmente de utilizadores do Facebook na Itália e focaram-se em músicas em inglês.