EUA entraram “ilegalmente” no Mar do Sul da China

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US NAVY/MC 3RD CLASS KURTIS A. HATCHER HANDOUT / Lusa

USS Stethen no Mar do Sul da China

As Forças Armadas da China acusaram esta segunda-feira um navio da marinha norte-americana de “entrar ilegalmente” em águas disputadas entre Pequim e Manila.

Uma força naval chinesa foi mobilizada para seguir o USS Gabrielle Giffords durante a operação, de acordo com um comunicado do Teatro Sul do Exército de Libertação Popular.

Nos últimos meses, navios das marinhas e das guardas costeiras da China e das Filipinas têm-se confrontado repetidamente em torno do Segundo Recife Thomas — área alegadamente “invadida” pelos EUA — numa altura em que a China tenta impedir as Filipinas de reabastecer e reparar um navio de guerra enferrujado que encalhou intencionalmente em 1999 para servir de posto militar avançado.

Perante o poderio militar da China, as Filipinas procuraram a ajuda dos Estados Unidos, concordando com a expansão da presença militar norte-americana no país, no início deste ano. Ambos os países lançaram patrulhas marítimas e aéreas conjuntas no final do mês passado.

Tensão EUA-China cresce

ZAP // IARI; Pixabay

A China acusou os EUA de se imiscuírem em águas distantes da sua costa e aumentarem as tensões regionais, na sequência da navegação do USS Giffords, um navio de combate litoral concebido para operar em zonas costeiras.

“Os Estados Unidos perturbaram deliberadamente a situação no Mar do Sul da China, violaram seriamente a soberania e a segurança da China, prejudicaram seriamente a paz e a estabilidade regionais e violaram gravemente o direito internacional e as normas básicas que regem as relações internacionais, demonstrando plenamente que os Estados Unidos são a maior ameaça à paz e à estabilidade no Mar do Sul da China”, lê-se no comunicado emitido pelo Teatro do Sul das Forças Armadas chinesas.

Os Estados Unidos e por vezes alguns dos aliados ocidentais conduzem regularmente, no mar do Sul da China, operações denominadas “liberdade de navegação“, enviando para a zona navios de guerra para contestar as pretensões chinesas.

As tensões no centro do Mar da China Meridional têm aumentado desde que Pequim passou a alegar que praticamente todo o mar faz parte das suas águas territoriais. A reivindicação é vigorosamente contestada pelo Vietname, Filipinas, Malásia, Taiwan e Brunei, que disputam com a China a posse de várias ilhas na região, afirmando ser os legítimos proprietários de territórios nas mesmas águas.

Crê-se que a enorme área, que inclui mar e ilhas, seja rica em petróleo e gás.

A China disse, em Maio, estar preparada para “esmagar resolutamente qualquer forma de independência de Taiwan”. Os Estados Unidos vão acelerar a venda de armamento à ilha.

Nos últimos meses, as tensões aumentaram no Estreito de Taiwan, onde a China realizou manobras de alta intensidade em diversas ocasiões, inclusive após a visita à ilha em agosto de 2022 da então presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.

O Vietname acusou várias vezes o governo chinês de violar a soberania vietnamita em ditos territórios. Aliás, várias disputas entre militares dos dois países já tiveram lugar em alto mar. Um incidente registado em vídeo, em fevereiro, mostra uma embarcação da guarda costeira chinesa a fazer uso de um intenso laser para perturbar um navio da marinha filipina.

A reivindicação da China

A China afirma ter sido a primeira nação a descobrir e nomear as ilhas do mar do Sul da China, pelo qual transita atualmente grande parte do comércio entre a Ásia e o resto do mundo.

Nos últimos anos, usou sua poderosa marinha para colonizar partes do Mar do Sul da China, reivindicando-a como seu próprio território, em violação do direito internacional.

A China reivindica a soberania de praticamente todos os recifes e outros afloramentos nesta área marítima e transformou alguns deles em ilhas com pistas de aterragem que podem ser utilizadas pelas Forças Armadas.

Ao longo da última década, Pequim garantiu o controlo sobre alguns ilhéus e atóis desta região marítima, através de trabalhos de alargamento e da construção de instalações militares, visíveis em fotos de satélite divulgadas pelos meios de comunicação social ocidentais.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. A pretensão da China é pura desonestidade e abuso. Imagine-se se a Espanha viesse reclamar as águas à volta de Portugal continental e da Madeira, assim como de Marrocos. E pensar que o Vietname já foi amplamente ajudado pela China contra a França e depois os EUA!…

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