Militar da GNR acusado de torturar condutores em Quarteira

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Oscar in the middle / Flickr

O militar está a ser acusado de agredir e insultar várias pessoas em incidentes datados de 2020 e 2021.

Um militar da Guarda Nacional Republicana (GNR) está a ser acusado pelo Ministério Público de Faro de cinco crimes de tortura e um de ofensa à integridade física qualificada. As acusações decorrem de incidentes ocorridos entre 2020 e 2021, em Quarteira, onde o militar, agora arguido, é acusado de agredir e insultar várias vítimas nas instalações da GNR.

O Ministério Público (MP) descreve um padrão de comportamento agressivo do arguido, que não tolerava ser questionado pelos cidadãos. Num dos casos, em agosto de 2020, após um automobilista ser multado e começar a filmar o guarda, este respondeu com violência extrema, relata o Correio da Manhã.

O indivíduo foi arrastado para fora do carro, algemado, e atacado com spray de gás-pimenta. Posteriormente, no posto da GNR, sofreu agressões físicas e verbais, incluindo insultos racistas, resultando na sua hospitalização.

Outro incidente ocorreu em março de 2021, quando um automobilista, após estacionar num local reservado aos militares, foi perseguido e agredido pelo arguido, que utilizou gás-pimenta, uma pistola e um bastão extensível, infligindo ferimentos significativos.

Adicionalmente, o MP detalha um episódio com uma cidadã francesa. Após a mulher recusar fazer um teste de álcool, foi algemada e agredida pelo militar, que a atacou com murros no peito, ombros e rosto. Noutro caso, um homem foi agredido no olho e nas costas no Calçadão de Quarteira.

Um motociclista, detido em agosto de 2020, e um homem detido em dezembro de 2021 em Almancil também foram vítimas de agressões e insultos por parte do mesmo militar.

Além das acusações criminais, o militar enfrenta um processo disciplinar interno na GNR e foi transferido preventivamente para funções administrativas em Albufeira.

O Ministério Público critica duramente a conduta do guarda, alegando que ele agiu com “flagrante e grave abuso de funções” e com uma “manifesta e grave violação dos deveres” inerentes ao seu cargo.

O MP também pede a proibição do exercício de função do arguido, alegando que ele é “indigno do seu cargo de soldado da GNR” e que suas ações prejudicaram a confiança pública na atuação policial e no sistema de justiça.

ZAP //

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