Ivo Lucas, Paulo Neves e Cristina Branco arriscam penas de prisão na forma suspensa. Já Tiago Pacheco pode ter de pagar uma multa.
O Ministério Público considera que todos os factos da acusação foram provados no caso do acidente que matou a cantora Sara Carreira em dezembro de 2020 na A1, perto de Santarém. Na audiência desta sexta-feira, os procuradores pediram penas de prisão suspensa para três dos quatro arguidos e uma multa para o quarto.
Ivo Lucas, namorado de Sara Carreira na época do acidente e o condutor do carro onde a jovem seguia, enfrenta uma pena de prisão suspensa superior a dois anos e meio, mediante uma acusação de homicídio negligente na forma grosseira.
Paulo Neves — que conduzia a uma velocidade abaixo do permitido por lei e estava alcoolizado — enfrenta uma pena superior a cinco anos suspensos, estando também acusado de homicídio negligente na forma grosseira.
A fadista Cristina Branco, acusada de homicídio por negligência, enfrenta uma pena suspensa superior a um ano Já Tiago Pacheco, que está acusado de condução perigosa, está sujeito a ter de pagar uma multa, refere a CNN Portugal.
O procurador iniciou as alegações expressando condolências à família e amigos de Sara, destacando a prevalência de condutores alcoolizados nas estradas. O primeiro impacto do acidente ocorreu às 18h44, mas a análise de sangue a Paulo Neves só foi realizada às 22h30, revelando uma taxa de alcoolemia de 1,18g/l. O MP acredita que a taxa de Neves era significativamente mais alta no momento do acidente.
O MP apontou a distração como um fator crítico no acidente. Cristina Branco teria seguido distraído, levando ao primeiro embate. Ivo Lucas também estava distraído, resultando na colisão do carro onde seguia com Sara Carreira. Já Tiago Pacheco foi acusado de conduzir em excesso de velocidade.
Durante a audiência, uma testemunha de defesa descreveu Ivo Lucas como um “profissional excelente e muito humano“. A advogada de Cristina Branco apresentou ainda um relatório médico que atesta que a sua cliente não está em condições psicológicas para assistir ao julgamento.
Os pais de Sara Carreira, representados pelo advogado Magalhães e Silva, afirmaram não desejar qualquer indemnização, buscando apenas o reconhecimento do erro que matou a jovem. O advogado enfatizou a necessidade de um pedido de desculpas dos arguidos e a importância da sentença como uma forma de consciencializar a população sobre os perigos na estrada.