Uma equipa de engenheiros mecânicos e aeroespaciais concluiu que o objeto que colidiu com a Lua a 4 de março de 2022 era um foguete chinês com um objeto desconhecido acoplado.
Uma investigação conduzida por engenheiros mecânicos e aeroespaciais da Universidade do Arizona e do CalTech encontrou evidências que sugerem fortemente que a cratera lunar formada a 4 de março de 2022 foi causada pela colisão um foguetão chinês com uma carga desconhecida.
Esta conclusão esclarece o mistério da origem do impacto lunar, anteriormente inexplicado, mas abre um novo mistério: a natureza do objeto não identificado que o foguetão transportava.
Inicialmente os astrónomos sugeriram que a cratera, designada WE0913A, poderia ter sido causada por um lançador Falcon 9 da SpaceX.
No entanto, os resultados do novo estudo, publicado a semana passada no The Planetary Science Journal, apontam agora o dedo a um lançador da missão chinesa Chang’e 5-T1.
Segundo o Phys.org, embora a agência espacial chinesa tenha até agora recusado confirmar a conclusão do estudo, dados de rastreamento subsequentes solidificaram essa conclusão.
Curiosamente (ou talvez nem tanto), o impacto do WE0913A deixou uma peculiar cratera dupla na superfície da Lua, o que sugere a presença de dois objetos distintos.
Esta observação é particularmente intrigante dada o comportamento incomum do foguetão chinês antes da colisão. Normalmente, um foguete propulsor, com a sua habitual distribuição de peso assimétrica devido à colocação do motor, tenderia a girar incontrolavelmente durante o voo.
No entanto, nenhum comportamento errático foi observado no caso do Chang’e 5-T1, aumentando o mistério em torno do objeto não identificado que levava acoplado.
Segundo os autores do estudo, uma investigação mais aprofundada sobre a natureza do objeto não identificado e a sua relação com a missão Chang’e 5-T1 poderia fornecer dados valiosos sobre a gestão de detritos espaciais e os riscos potenciais associados a componentes de naves espaciais descontroladas.