Uma nova análise de fósseis permitiu descobrir os antepassados das serpentes atuais, entre os quais o mais velho, que vivia há 167 milhões de anos, mais 70 milhões do que se pensava anteriormente.
Os resultados do estudo, divulgados esta segunda-feira, foram publicados na revista britânica Nature Communications.
Ao examinarem os restos fossilizados de serpentes, que fazem parte de coleções de diferentes museus de História Natural, de várias partes do mundo, a equipa liderada pelo paleontologista Michael Caldwell, professor na Universidade de Alberta, no Canadá, identificou quatro espécies antigas de serpente, tendo-as datado de 143 a 167 milhões de anos.
Segundo a equipa, um dos quatro fósseis, e o mais antigo, é o “Eophis underwoodi“, com 167 milhões de anos, cujos vestígios foram descobertos em Oxfordshire, a sul de Inglaterra.
“O estudo explora a ideia de que a evolução, entre o grupo das serpentes, é mais complexa do que se pensava”, assinala Michael Caldwell.
A investigação sugere que “a evolução do crânio das serpentes surgiu muito tempo antes de as serpentes perderem as suas patas” e assinala que a tese do aparecimento súbito das serpentes, há cerca de cem milhões de anos, traduz mais uma falha no conhecimento dos fósseis do que uma dispersão das primeiras serpentes.
“O que é necessário reter é que existe um verdadeiro fosso nos nossos conhecimentos, que terá de ser superado com futuras investigações, uma vez que não temos registos de fósseis de serpente entre 140 e 100 milhões de anos”, frisou Michael Caldwell.
Os antepassados da serpente têm caraterísticas semelhantes às das serpentes atuais, como os dentes afiados e retraídos, mas o seu tamanho e forma continuam uma incógnita.
/Lusa