Olaf Scholz prometeu aos judeus que “nunca mais” serão vítimas de antissemitismo na Alemanha e disse que ia “perseguir os que apoiam o terrorismo e são antissemitas”. O chanceler alemão discursou, esta quinta-feira, na cerimónia comemorativa do 85.º aniversário da “Noite dos Cristais”.
A “Noite dos Crsitais” – Kristallnacht – ocorreu entre os dias 9 e 10 de novembro de 1938 e marcou um dos primeiros e mais marcantes episódios de violência anti-semita do período nazi/pré-II Guerra Mundial.
Uma noite para nunca mais se voltar a repetir, considera Olaf Scholz.
A promessa de “nunca mais” tolerar o antissemitismo “é para cumprir agora”, afirmou o chanceler alemão na sinagoga Beth Zion, no coração de Berlim, esta quinta-feira.
O chanceler alemão discursava, na cerimónia comemorativa do 85.º aniversário da Kristallnacht, ao lado do Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, e do chefe do Comité Central dos Judeus na Alemanha, Josef Schuster.
Sholz recusa relação com pogroms
Num contexto de recrudescimento dos atos antissemitas desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, tanto na Alemanha como em quase toda a Europa, Scholz reafirmou a promessa “sobre a qual assenta a Alemanha democrática”.
O primeiro-ministro alemão recusou toda e qualquer relação com os pogroms – palavra russa que significa “causar estragos, destruir violentamente” e que foi “recuperada” para definir a perseguição nazi aos judeus.
“Qualquer forma de antissemitismo envenena a nossa sociedade. Tal como acontece atualmente com as manifestações islamistas”, afirmou o chanceler alemão, que promete “perseguir os que apoiam o terrorismo e são antissemitas”.
Alemanha “anti-antissemita”
Scholz recordou que, com a entrada em vigor de uma nova lei sobre a cidadania, nenhum antissemita poderá naturalizar-se na Alemanha.
A advertência surge numa altura em que estão a ser cometidos numerosos incidentes antissemitas por muçulmanos e pessoas de origem árabe na Alemanha.
Recentemente, a polícia federal alemã anunciou que tinha contabilizado cerca de 2.000 delitos relacionados com a guerra no Médio Oriente.
Tal como muitas outras sinagogas, empresas e casas judaicas, a sinagoga Beth Zion foi alvo, a 18 de outubro deste ano, de cocktails molotov, que não causaram, contudo, danos materiais nem feridos.
ZAP // Lusa
Guerra no Médio Oriente
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