Segredo mais antigo da arte? Pintura do século XV revela mistério da Idade da Pedra

Uma misteriosa rocha retratada no famoso “Díptico de Melun”, pintado por Jean Fouquet, em 1455, é provavelmente uma ferramenta da Idade da Pedra.

Investigadores da Universidade de Dartmouth (EUA) e da Universidade de Cambridge (Reino Unido) publicaram, recentemente, no Cambridge Archaeological Journal, as conclusões de uma descoberta surpreendente sobre Díptico de Melun, do artista francês Jean Fouquet.

Esta pinta do século XV tem, afinal, escondido um segredo pré-histórico.

A obra tem dois painéis articulados, com o painel da esquerda mostrando Santo Estêvão segurando um livro fechado e uma rocha misteriosa, e o painel da direita apresentando a Virgem Maria e o Menino Jesus.

Anteriormente, a tal rocha era considerada como o símbolo do martírio de Santo Estêvão. No entanto, o novo estudo vem sugerir que essa rocha é, na verdade, um machado de mão da cultura Acheuliana.

Ferramenta da Idade da Pedra

Apesar de Santo Estêvão ter sido apedrejado até à morte por volta de 36 d.C., tornando, por isso, a rocha um símbolo, aparentemente, “óbvio”, a análise dos investigadores sobre a forma, cor e cicatrizes de lascas da pedra levou-os a concluir que se assemelha muito aos machados de mão Acheulenses – predominantes há cerca de 300 mil anos, na Idade da Pedra.

“Os machados de mão Acheulenses são um dos artefactos paleolíticos mais investigados. Além disso, representam um dos poucos tipos de artefactos de pedra que entraram na cultura popular”, explicaram os autores do estudo, citados pela ZME Science.

A ambiguidade da utilidade dos machados na pré-história adiciona outra camada de mistério. Enquanto alguns peritos os veem como ferramentas de corte, outros acreditam que poderiam ter sido usados como armas ou símbolos sociais.

Antes do século XVII, esses machados eram chamados de “pedras do trovão”, acreditando-se que eram objetos celestiais que caíam do céu durante tempestades.

Embora a pesquisa não possa confirmar com 100% de certeza se Jean Fouquet estava consciente de que estava a pintar um machado de mão Acheulense, a sua meticulosa atenção ao detalhe sugere uma forte possibilidade.

ZAP //

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