Dorme menos de 7 horas por noite? Pode estar a prejudicar o seu coração

Se dorme menos de sete horas por noite, de certeza que não está sozinho. O que talvez não saiba é que essa sua característica pode aumentar o risco de desenvolver doenças cardíacas no futuro.

São vários os inquéritos que revelam que as pessoas que relatam défices de sono ligeiros mas crónicos têm maior risco de desenvolver doenças cardíacas no futuro.
Recentemente, um estudo levado a cabo por cientistas da Universidade de Columbia revelou o que acontece dentro do nosso corpo quando não dormimos o suficiente.

De acordo com a investigação, após seis semanas de sono reduzido, as células que revestem os vasos sanguíneos ficam sobrecarregadas com oxidantes nocivos. E, ao contrário das células que descansam o suficiente, as células privadas de sono não conseguem ativar as defesas antioxidantes para eliminar as moléculas nocivas.

Ora, segundo o Interesting Engineering, esta é a primeira consequência: células dilatadas e danificadas são o primeiro passo para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

O líder da investigação, Sanja Jelic, revelou que este sinal representa uma das primeiras provas diretas de que os défices de sono crónicos ligeiros podem conduzir a doenças cardíacas.

“Até agora, só vimos ligações entre o sono e a saúde do coração em estudos epidemiológicos, mas estes estudos podem ser afetados por muitos fatores que não podem ser identificados e controlados. Só estudos controlados e aleatórios podem mostrar se esta ligação é real e que alterações no corpo causadas por um sono curto podem aumentar as doenças cardíacas”, explicou o especialista.

Os estudos anteriores não analisaram os défices crónicos de sono, examinando apenas os efeitos fisiológicos de algumas noites de privação de sono grave. “Mas não é assim que as pessoas agem noite após noite. A maioria das pessoas levanta-se mais ou menos à mesma hora todos os dias, mas tende a atrasar a hora de deitar uma ou duas horas”, realçou Jelic.

Nesta recente investigação, o objetivo dos cientistas era “replicar este comportamento, que é o padrão de sono mais comum nos adultos”

Para esta investigação, a equipa selecionou cerca de 1.000 mulheres. As participantes dormiram de acordo com a sua rotina habitual: foram para a cama 1,5 horas mais tarde do que o previsto . O sono de cada uma foi analisado através de um aparelho de controlo do sono usado no pulso.

O resultado da investigação não deixa dúvidas: “Muitos problemas poderiam ser resolvidos se as pessoas dormissem pelo menos sete a oito horas por noite”, concluiu Jelic. “As pessoas que são jovens e saudáveis precisam de saber que, se continuarem a dormir menos do que isso, estão a agravar o seu risco cardiovascular.”

O artigo científico com as mais recentes descobertas foi publicado na Nature.

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