A tendência consiste em usar um martelo na tentativa de promover o crescimento dos ossos e criar um rosto mais esculpido, mas não há evidências científicas que a suportem.
As tendências de beleza “faça você mesmo” (DIY) para homens estão a ganhar terreno na internet, com promessas de transformações físicas radicais através de métodos questionáveis.
O “mewing” é uma das tendências mais conhecidas e consiste em manter a língua no céu da boca, supostamente para enfatizar as maçãs do rosto e dar uma aparência mais quadrada e definida ao maxilar.
A nova moda que está a tomar conta do TikTok é o “bone smashing” ou “esmagar ossos” e aparenta ser menos inofensivo. A técnica envolve expor a face a traumas repetidos para, teoricamente, promover o crescimento ósseo. Este último método é muitas vezes justificado com a Lei de Wolff, uma teoria médica do século XIX que afirma que os ossos se adaptam ao stress a que são submetidos.
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Embora estes métodos tenham ganho popularidade, especialmente em fóruns online onde os jovens homens criticam as aparências uns dos outros, os especialistas alertam para os seus perigos e falta de eficácia.
Sanjay Trikha, um especialista consultado, sublinha que não existe evidência científica que suporte a eficácia do “bone smashing”.
“É compreensível por que as pessoas queiram ter um queixo esculpido ou um queixo mais largo, mas não há nenhuma evidência de que algo como quebrar ossos vá fazer muito por isso”, explica.
Em vez disso, traumatizar uma área pode causar inflamação local, que é temporária e pode resultar em danos permanentes. “Quando se traumatiza uma área, pode ter-se uma inflamação local, e o osso pode parecer maior, mas vai diminuir. Não voltará mais forte e pode, na verdade, causar danos permanentes”, refere à Vice.
Quanto ao “mewing”, também não existem pesquisas credíveis que prove que a técnica pode alterar permanentemente a estrutura da mandíbula. Vale mencionar que John Mew, o ortodontista que criou este método nos anos 70, teve a sua licença retirada devido às suas práticas não convencionais.
Este fenómeno faz parte do que é conhecido como “looksmaxing“, um termo usado em fóruns da internet, muitas vezes associados ao discurso “incel” (celibatário involuntariamente), onde é difícil determinar quem está a falar a sério ou apenas a “trollar”.
Assim, fica o alerta: embora a busca pela melhoria estética seja compreensível, é crucial abordá-la de uma forma segura e com bases científicas. Em vez de seguir tendências não comprovadas e potencialmente perigosas, o conselho é procurar a orientação de profissionais qualificados.
Jovens cada vez mais desnorteados , ações estupidas para pessoas estupidas . Algumas delas totalmente suicidárias ! .
Eu sou jovem, mas estás gerações estão muito perdidas e no futuro vai ser cada vez pior.