Não há, até agora, evidências de que a canábis melhora ou piora o pensamento criativo. A droga apenas distorce a capacidade de avaliação, dando a perceção de uma ideia dita “banal” parece melhor do que aquilo que realmente é.
A crença amplamente difundida de que fumar canábis estimula a criatividade foi posta à prova por investigadores da Universidade de Washington e da Universidade Nacional de Singapura.
Mais de 300 consumidores regulares de canábis foram divididos em dois grupos: um realizou tarefas, 15 minutos após fumar; o outro fê-las não tendo fumado nas últimas 12 horas.
Os investigadores concluíram que aqueles que estavam sob o efeito da droga se sentiam mais felizes e tinham um melhor estado de espírito, o que os levava a perceber as suas próprias ideias e as dos outros como mais criativas.
No entanto, um painel externo de assistentes de investigação e especialistas não encontrou diferença significativa na criatividade entre os participantes sob o efeito da droga e os que não estavam.
“A nossa investigação sugere que consumir não ajuda nem prejudica a criatividade das pessoas”, concluíram.
Os investigadores alertaram que, embora a canábis possa não inibir a criatividade, pode distorcer a capacidade de avaliar o mérito das ideias criativas, o que pode ser prejudicial em certos ambientes de trabalho.
“Se for um gestor ou líder de projeto encarregado de avaliar ideias criativas (sejam elas suas ou dos seus colegas), estar sob o efeito da droga pode levar a uma sobrevalorização do mérito de uma ideia. Por isso, nestes papéis, a sobriedade pode ser benéfica”, assinalaram.
O estudo vem desafiar a crença comum, difundida (e defendida) por figuras como Steve Jobs e Lady Gaga, por exemplo, de que fumar canábis aumenta a criatividade.
Os investigadores advertem que o impacto deste tipo de substância na criatividade ainda é uma área cinzenta que requer estudos mais aprofundados.
