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Obama e o Estado da União: do terrorismo à economia, passando por Rússia e Guantánamo

Barack Obama / Flickr

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama

O Presidente norte-americano, Barack Obama, proferiu esta terça-feira à noite (madrugada de quarta-feira em Lisboa) perante o Congresso norte-americano o discurso anual sobre o Estado da União.

Obama defendeu uma série de medidas voltadas a atacar a crescente desigualdade social nos Estados Unidos. Entre as ações anunciadas pelo presidente estão o corte de impostos para as famílias pobres e de classe média e o aumento de tributação de grandes empresas e dos mais ricos.

Economia

O Presidente norte-americano destacou a entrada dos Estados Unidos numa nova era económica. “Esta noite, vamos virar a página” de uma “recessão violenta”.

Obama propôs um aumento da carga fiscal sobre as famílias mais ricas, afirmando que iria fornecer detalhes ao Congresso em duas semanas. “Será que vamos aceitar uma economia em que só alguns estão a ter resultados espetaculares?”

O líder norte-americano pediu também para fazer avançar os acordos de livre comércio com a União Europeia e a região da Ásia-Pacífico, solicitando ao Congresso a adoção de um “procedimento acelerado” de negociação.

Irão

Novas sanções contra o Irão traduzir-se-iam no “fracasso da diplomacia”, declarou Obama.

“A nossa diplomacia está a trabalhar com respeito pelo Irão, onde, pela primeira vez numa década, parámos o avanço do programa nuclear e reduzimos o stock do material nuclear”.

O líder norte-americano disse ainda que, até à primavera, os EUA têm a oportunidade de poder negociar um acordo completo que impeça o Irão de ter armas nucleares.

“Não há nenhuma garantia que as negociações sejam coroadas de sucesso, (…) mas novas sanções vão deitar por terra os esforços diplomáticos. Isso não faz sentido”, disse ao manifestar o seu veto.

Cuba

O Presidente dos Estados Unidos pediu esta madrugada ao Congresso para levantar o embargo económico contra Cuba, no quadro da reaproximação histórica entre os dois países.

“Este ano, o Congresso deverá começar a trabalhar para acabar com o embargo” que Washington impôs a Havana há mais de meio século, insistiu.

Terrorismo

Os EUA e os seus aliados vão vencer o grupo Estado Islâmico (EI), mas “esta ação vai demorar tempo”, afirmou Obama, ao defender que o país está solidário com todas as vítimas do terrorismo, desde “uma escola no Paquistão até às ruas de Paris”.

“Vamos continuar a perseguir os terroristas e a destruir as suas redes e reservamo-nos o direito de agir unilateralmente, conforme temos feito desde que fui eleito, para eliminar os terroristas que representam uma ameaça direta para nós e para os nossos aliados”, declarou, perante o Congresso.

Rússia-Ucrânia

“Defendemos o princípio de que as grandes potências não podem intimidar os pequenos países e opomo-nos à agressão russa, apoiando a democracia na Ucrânia e tranquilizando os nossos aliados da NATO”.

“No ano passado, quando estávamos a trabalhar bastante para impor sanções com nossos aliados, alguns sugeriram que a agressão (do Presidente russo) Vladimir Putin era uma demonstração magistral de estratégia e de força”, continuou Barack Obama.

O Presidente norte-americano sublinhou que “hoje são os EUA que estão fortes e unidos com os seus aliados, enquanto a Rússia está isolada e a sua economia está a desmoronar-se”.

Guantánamo

Barack Obama garantiu não desistir dos seus esforços para encerrar a prisão situada na base norte-americana de Guantánamo, em Cuba, conforme prometeu no início do seu mandato.

“É tempo de acabar o trabalho. Estou decidido e não vou desistir até encerramos a prisão”, afirmou Obama.

Segundo a agência noticiosa Efe, atualmente permanecem 122 presos no centro prisional de Guantánamo, aberto pela administração de George W. Bush após os atentados de 11 de setembro de 2011 nos Estados Unidos e que foi destinado a albergar detidos suspeitos de terrorismo.

Antissemitismo

O Presidente dos Estados Unidos denunciou também o ressurgimento do antissemitismo em “certas partes do mundo” e condenou os “estereótipos” contra os muçulmanos.

“Como americanos, nós respeitamos a dignidade humana. (…) É por isso que nos expressamos contra o deplorável ressurgimento do antissemitismo em algumas partes do mundo. É por isso que continuamos a rejeitar estereótipos insultantes contra os muçulmanos, cuja grande maioria partilha o nosso compromisso para com a paz”, apontou.

ZAP / Lusa / BBC

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