Depois de assumir o controlo de diversas cidades no norte da Nigéria, o Boko Haram começa a ameaçar nações vizinhas. Dezenas de pessoas foram mortas ou sequestradas durante novos ataques do grupo radical islâmico Boko Haram a cidades e aldeias de Camarões e da Nigéria, este domingo.
Segundo as autoridades camaronesas, o ataque aconteceu numa vila na fronteira entre os dois países. Quatro moradores morreram ao tentar resistir aos militantes, afirmou à BBC uma fonte das forças de segurança. Uma fonte disse à BBC que as vilas de Maki e Mada, no distrito de Tourou, no norte do país, foram atacadas, a 6km da fronteira.
Os números ainda são incertos: enquanto alguns veículos informam que pelo menos 60 camaroneses estarão em poder dos extremistas, outros noticiam que o número de sequestrados ultrapassa 80. Entretanto, cerca de 20 pessoas raptadas este domingo já foram libertadas.
Segundo a polícia, mulheres e crianças formam a maioria dos camaroneses sequestrados durante o ataque a duas aldeias perto da cidade de Mokolo. Além disso, várias pessoas foram mortas e moradias, incendiadas.
Já na Nigéria, as primeiras notícias dão conta de que pelo menos quatro pessoas foram mortas e 50 ficaram feridas devido a um atentado suicida em Postikum, no estado de Yobe, na Região Nordeste do país. De acordo com os jornais locais, um homem-bomba lançou o carro que dirigia contra outros veículos e, na sequência, houve a explosão. O suposto atentado ocorreu perto de uma estação rodoviária.
Vários feridos foram levados para hospitais próximos em estado grave. Até o momento, nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque, mas, segundo a imprensa local, a suspeita recaiu imediatamente sobre o Boko Haram, já que o grupo está sediado na região.
No início do mês, os jihadistas raptaram 40 jovens de uma aldeia em Malari, no estado de Borno, também no Nordeste. A maioria dos sequestrados era crianças e jovens do sexo masculino, com idade entre 10 e 23 anos. O temor dos sobreviventes do ataque e das autoridades nigerianas é que os jovens tenham sido levados para ser recrutados como soldados.
O grupo Boko Haram, que luta pela instauração de um Estado islâmico na Nigéria e cujo nome significa “A educação não islâmica é pecado”, tem levado a cabo uma campanha violenta no país.
De acordo com a Agência Nacional de Gestão de Emergência (NEMA), até o dia 15 deste mês, mais de 868 mil nigerianos tiveram que abandonar seus lares e pertences na Região Nordeste e fugir para outras localidades em busca de proteção, comida e medicamentos. Milhares desses refugiados estão reunidos em um dos 20 acampamentos sob os cuidados das autoridades nigerianas.
ZAP / ABr / BBC