A Coreia do Norte anunciou esta quinta-feira o fracasso da sua segunda tentativa de lançar um satélite espião, Malligyong-1, mas prometeu continuar os seus esforços com uma terceira tentativa em outubro.
A tentativa de lançamento fracassada utilizou um novo foguete transportador, Chollima-1, mas falhou durante o voo da terceira fase devido a um erro no sistema de detonação de emergência.
O Japão respondeu ao lançamento emitindo um breve “J-alert,” ordenando aos residentes que evacuassem para locais seguros enquanto o foguete sobrevoava Okinawa em direção ao Oceano Pacífico.
Apesar do fracasso, os oficiais norte-coreanos minimizaram o incidente, afirmando que a causa do acidente não é uma questão significativa em relação à confiabilidade do sistema do foguete.
Segundo especialistas citados pela NPR, a disposição do Norte em continuar as suas tentativas, mesmo após as falhas, evidencia uma maior perseverança em alcançar ambições de longo prazo, considerada um ativo militar chave pelo líder norte-coreano, Kim Jong-Un.
A agência espacial norte-coreana planeou um terceiro lançamento para outubro, após uma análise minuciosa da causa do fracasso.
Na terça-feira, a Coreia do Norte tinha informado o Japão da sua intenção de lançar um satélite nos dias seguintes, anunciou na altura o Governo nipónico, instando Pyongyang a cancelar o projeto — que coincide com exercícios militares entre os Estados Unidos a Coreia do Sul.
“Pedi aos ministros para fornecerem informações ao público, cooperarem com os países envolvidos e apelarem à Coreia do Norte para que cancele este lançamento e tome todas as medidas possíveis para se preparar para qualquer eventualidade imprevista”, disse aos jornalistas o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.
Um teste anterior, realizado há três meses, fracassou. Em 31 de maio, um foguetão apresentado por Pyongyang como de lançamento de um satélite de observação militar despenhou-se no mar Amarelo pouco depois da descolagem, com as autoridades norte-coreanas a invocarem um problema técnico.
Pyongyang explicou que pretendia “confrontar as perigosas ações militares dos Estados Unidos e dos seus vassalos”.
Após uma complexa operação de 36 dias no mar, o exército sul-coreano recuperou finalmente partes do foguetão e do satélite. Após uma análise efetuada por peritos sul-coreanos e americanos, o Ministério da Defesa sul-coreano concluiu que o satélite não tinha qualquer utilidade militar.
O líder norte-coreano Kim Jong-un fez do desenvolvimento de um satélite espião militar uma prioridade. Washington e Seul, por seu lado, suspeitam que Pyongyang esteja a desenvolver um novo míssil balístico intercontinental, que incorpora tecnologia semelhante à de um lançador de satélites.
O exército da Coreia do Sul rotulou o lançamento como uma violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU, e o secretário-chefe do gabinete do Japão, Hirokazu Matsuno, classificou-o como uma “ameaça à paz e estabilidade.”
Também os países do grupo G7 condenaram hoje a tentativa da Coreia do Norte de lançar um satélite com tecnologia de mísseis balísticos, classificando-a como “violação flagrante” de resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Num comunicado, os países do G7 dizem que, “apesar dos repetidos apelos da comunidade internacional”, a Coreia do Norte continua a sua escalada com “um número recorde de lançamentos de mísseis balísticos”.
“A Coreia do Norte não pode e nunca terá o estatuto de Estado com armas nucleares na aceção do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares”, conclui o documento hoje divulgado.
O anúncio do lançamento coincide com as manobras em grande escala entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul, que começaram na segunda-feira e se prolongam até 31 de agosto.
// Lusa
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