Oito aviões russos intercetados próximo de espaço aéreo da NATO

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Peter George / Wikipedia

Caças F-35-B da RAF e US Marines, com caça Typhoon MOD da RAF

Caças britânicos intercetaram na manhã de hoje dois bombardeiros russos no norte da Escócia, em áreas internacionais próximo de espaço aéreo controlado pela NATO, anunciou o Ministério da Defesa de Londres.

Os caças Typhoon intercetaram “dois bombardeiros russos de patrulha marítima de longo alcance nesta manhã ao norte das Ilhas Shetland”, indicou o Ministério britânico em comunicado.

Os aviões britânicos descolaram da base da Royal Air Force (RAF) em Lossiemouth, no norte da Escócia, para intercetar os bombardeiros russos.

“A tripulação da RAF mantém uma vigilância constante sobre o espaço aéreo britânico e está sempre pronta para intervir a qualquer momento para manter o nosso país seguro”, disse o secretário de Estado das Forças Armadas, James Heappey, no comunicado.

Mais cedo, na manhã de hoje, os militares russos disseram que vários dos seus bombardeiros e caças estratégicos tinham realizado “voos planeados” sobre águas internacionais nos mares Báltico, de Barents, da Noruega, Sibéria Oriental, e Chukchi.

A intercetação é uma operação destinada a escoltar uma aeronave considerada muito próxima de um espaço aéreo ou que tenha entrado nele.

Os incidentes envolvendo aviões russos e aeronaves de países da NATO multiplicaram-se nos últimos anos, antes mesmo do início do conflito na Ucrânia, em 24 de fevereiro do ano passado.

Frequentemente aconteciam no Mar Báltico, mas também no Mar Negro e noutros lugares e hoje já tiveram lugar mais incidentes.

Também esta manhã, caças F-16 neerlandeses descolaram para intercetar outros dois bombardeiros russos que se dirigiam para o espaço aéreo do país, e consequentemente da NATO, e que foram detetados pela Dinamarca, divulgaram os Países Baixos.

As aeronaves russas acabaram “por dar a volta”, afastando-se do espaço aéreo da Aliança Atlântica, informou o Governo neerlandês.

“Isto não acontece muitas vezes, mas o incidente de hoje demonstra a importância de uma intervenção rápida. Os F-16 estão de prontidão 24 horas por dia e podem descolar em poucos minutos e intercetar um avião não identificado”, afirmou o ministério neerlandês, em comunicado.

Também o Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD) detetou e seguiu hoje quatro aeronaves militares russas no espaço aéreo internacional perto do Alasca, sem serem considerados uma ameaça.

Em comunicado, o NORAD observou que a operação ocorreu entre o final do dia de domingo e o início da manhã de hoje.

Os aviões russos passaram pela chamada Zona de Identificação de Defesa Aérea do Alasca (ADIZ), área que faz parte do espaço aéreo internacional, mas onde os Estados Unidos exigem que qualquer aeronave se identifique no interesse da sua segurança nacional.

O NORAD garantiu que os aviões russos permaneceram no espaço aéreo internacional e não entraram em território norte-americano ou canadiano, afirmando que é comum haver atividade russa naquela área e que isso não é visto como uma ameaça.

A vigilância do espaço aéreo tem sido uma das principais preocupações quer da NATO quer da Rússia, que têm evitado uma confrontação direta no seguimento da invasão russa da Ucrânia.

Rússia envia caça para intercetar avião norueguês

Um caça russo da Frota do Norte descolou hoje para intercetar um avião norueguês que sobrevoava as águas neutrais do Mar de Barents, no Ártico, em direção à fronteira da Rússia, informaram as autoridades de Moscovo.

“A tripulação do avião de combate russo identificou o alvo aéreo como um avião de patrulha da base R-8A Poseidon da Força Aérea Norueguesa“, disse o Ministério da Defesa da Rússia num comunicado citado pela agência de notícias Interfax.

O Ministério detalhou que o avião norueguês afastou-se da fronteira russa quando avistou o caça da Frota do Norte. “O voo russo foi realizado em estrita conformidade com os padrões internacionais”, acrescentou o comunicado.

Bombardeiros estratégicos russos Tu-160, Tu-95MS e Tu-22M3 realizaram voos de patrulha de rotina sobre águas neutras do Báltico, Noruega, Barents e outros oceanos Árticos, informou igualmente hoje o Ministério da Defesa da Rússia na segunda-feira.

O voo de maior duração foi de mais de sete horas, segundo o comunicado da Defesa. Durante a missão de patrulha, os bombardeiros foram escoltados por caças Su-35S, Su-27 e MiG-31 das Forças Aeroespaciais e da aviação naval da Marinha.

“Todos os voos foram realizados em estrita conformidade com os regulamentos internacionais para o uso do espaço aéreo”, frisou o comandante-em-chefe da aviação de longo alcance da Rússia, tenente-general Sergei Kobilash.

A vigilância do espaço aéreo tem sido uma das principais preocupações quer da NATO quer da Rússia, que têm evitado uma confrontação direta no seguimento da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro do ano passado.

ZAP // Lusa

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6 Comments

  1. E foram abatidos ou pelo menos obrigados a aterrar, sendo solicitado à Russia o pagamento do valor em Libras ?
    Caso não será pago os bombardeiros Russos serão entregues à Ucrânia?
    Não?
    Então porque serve este bailado?

  2. O ZAP escreveu:

    “Bombardeiros russos intercetados em espaço aéreo da NATO”

    Esta “notícia” é simplesmente falsa, pois os bombardeiros russos não estavam em espaço aéreo da NATO.

    • Caro leitor,
      A notícia refere a interceção de oito bombardeiros russos em três incidentes diferentes, em locais diferentes.
      O primeiro dos incidentes referidos ocorreu “no norte da Escócia, em espaço aéreo controlado pela NATO”.
      O título “Bombardeiros russos intercetados em espaço aéreo da NATO” está simplesmente correto.

  3. Caro ZAP,

    Deixo-lhe uma notícia singela, precisa e exata, que é o que se pretende.
    A notícia explica, em poucas linhas, o que realmente aconteceu.
    A notícia não recorre a “clickbait”, tal como o ZAP faz cada vez com mais regularidade, mas pelo menos parece que os jornalistas da REUTERUS não se enganam com a ilusão que eles próprios criam.

    https://www.reuters.com/world/uk/britain-says-it-intercepted-two-russian-bomber-aircraft-north-scotland-2023-08-14/

    • Caro leitor,
      A nossa notícia foi redigida com base em informações recolhidas na agência Lusa sobre quatro incidentes diferentes — três dos quais envolvendo interseções de um total de oito bombardeiros russos e um quarto envolvendo uma aeronave norueguesa.
      O texto da Lusa sobre um desses incidentes refere, literalmente, que “caças britânicos intercetaram (…) dois bombardeiros russos no norte da Escócia, em espaço aéreo controlado pela NATO”; no caso dos restantes incidentes, refere que terão ocorrido “em espaço aéreo internacional”.
      Damos normalmente como boa a informação que recebemos da Lusa (da qual recolhemos também, diga-se, o próprio título da notícia: “Reino Unido interceta bombardeiros russos em espaço aéreo NATO”).
      A fonte que teve a gentileza de nos apontar, a agência Reuters — que obviamente reputamos também como boa — contém informação diferente da constante na notícia da Lusa, nomeadamente: “in international airspace north of Scotland on Monday, within NATO’s northern air policing area”.
      Há efetivamente uma ligeira mas importante diferença entre “espaço aéreo da NATO” e “espaço aéreo internacional na área de vigilância da NATO”.
      A formulação dada pela Lusa e pela nossa notícia é tecnicamente incorreta, motivo pelo qual entendemos adequado ajustar o título e o teor do primeiro parágrafo da notícia.
      Obrigado pelo seu reparo.

  4. O problema é uma parte significativa da comunicação social internacional ter perdido a objetividade e acabar por fazer propaganda em vez de dar notícias verdadeiras. Como se a propaganda mudasse alguma coisa á realidade operacional no terreno. Não é por se gritar vitória que se vence.

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