Banco de Portugal vai aliviar teste de esforço no crédito à habitação. Limite aumenta até 18,4% mas só mexe com as contas de novos compradores.
Uma simulação está a cancelar cedências de créditos à habitação, mas esse cenário deve mudar em breve para muitas famílias.
A simulação, uma regra do Banco de Portugal, prevê o esforço dos interessados caso as taxas Euribor aumentem 3% em relação ao valor do momento do contrato.
A ideia é perceber se o comprador da casa vai conseguir continuar a pagar o empréstimo, caso os juros subam muito.
Mas, na semana passada, o Banco de Portugal alterou essa regra: a simulação de aumento de juros passará dos 3% para 1,5%. Ou seja, metade.
O banco central português chegou à conclusão que, já que as taxas de juro estão altas (próximas dos 4%), não se justifica simular um aumento para valores que nunca se verificaram.
A regra vai passar a ser aplicada, ou no fim do Verão, ou no início do Outono.
Assim, mais famílias vão ter acesso ao crédito à habitação. A alteração não altera as contas de quem já está a pagar ao banco, mas mexe com as contas de quem vai começar o processo.
A contabilidade feita pelo portal Eco indica que o valor cedido pelos bancos pode aumentar até 18,4%, comparando com os limites verificados até agora.
Um financiamento de 187 mil euros, por exemplo, vai transformar-se num financiamento de 217 mil euros para a compra da casa, num crédito à habitação de 32 anos – e cumprindo diversos requisitos. Será uma subida de 16,4%.
As diferenças são mais visíveis nos empréstimos mais prolongados. Se o crédito à habitação chegar ao limite máximo de 40 anos, o banco pode emprestar mais 18,4% por causa desta alteração – de 194 mil euros para 229 mil euros.