Passar muito tempo na cama provoca um sintoma inesperado

O termo “bed rotting” tomou de assalto as redes sociais, nomeadamente o TikTok, mas esta tendência aparentemente inofensiva pode ter consequências inesperadas para a saúde.

Os médicos especialistas estão a alertar para os potenciais efeitos adversos associados a períodos prolongados de inatividade.

O “bed rotting” refere-se à prática de passar longos períodos de tempo na cama enquanto se pratica atividades que exigem um mínimo de movimento, como ver séries ou navegar pelas redes sociais. Há quem o veja como uma forma de relaxar e descontrair, sobretudo entre as gerações mais jovens que estão a adotar um estilo de vida mais livre de stress.

Uma sondagem recente realizada pela Redfield and Wilton Strategies para a Newsweek esclareceu a prevalência do “bed rotting” em diferentes grupos etários. O inquérito revelou que 12% dos inquiridos da Geração Z (de um total de 195 indivíduos inquiridos) passam mais de três horas por dia na cama. Entre os millennials (450 participantes), cerca de 11% adotam um comportamento semelhante, enquanto que para a Geração X (360 inquiridos), o número é de 17%.

Embora a prática seja frequentemente elogiada pelos seus benefícios em termos de relaxamento, os profissionais de saúde estão a manifestar preocupações. Martin Veysey, gastroenterologista e médico do Royal Darwin Hospital e professor de medicina rural na Universidade de Flinders, sublinha que a prática da inatividade prolongada pode ter repercussões na saúde gastrointestinal.

Veysey explica que o exercício físico desempenha um papel protetor contra vários problemas gastrointestinais, muitos dos quais estão relacionados com a motilidade – o movimento dos músculos dentro do aparelho digestivo. O sedentarismo pode levar a uma passagem lenta dos alimentos através do trato gastrointestinal, resultando em problemas como a obstipação e o refluxo ácido.

As implicações de tais condições são significativas. A obstipação, caracterizada por movimentos intestinais pouco frequentes (menos de três vezes por semana), pode resultar de fatores como a falta de atividade física. A fundamental ligação entre o exercício físico e a saúde digestiva realça a importância de manter um estilo de vida equilibrado.

Embora a sondagem indique que uma parte considerável da população pratica exercício físico regular, é essencial reconhecer as potenciais consequências do repouso prolongado na cama.

ZAP //

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