A temperatura média da superfície dos oceanos atingiu a semana passada um recorde de 20,96 ºC , segundo dados do observatório europeu Copernicus. Esta marca ultrapassa o recorde anterior de 20,95ºC registado em março de 2016.
A superfície dos oceanos atingiu a semana passada um novo recorde de temperatura média, agora estabelecido em 20,96°C.
O anterior recorde de temperatura média à superfície, registado em março de 2016, era de 20,95ºC .
Este aumento da temperatura nos oceanos representa uma ameaça à biodiversidade marinha, podendo provocar migrações de espécies invasivas que ameaçam as reservas de peixes — colocando em causa a segurança alimentar em várias partes do planeta.
“Esta onda de calor nos oceanos é uma ameaça imediata a algumas espécies marinhas”, disse Piers Forster, especialista em mudanças climáticas da Universidade de Leeds, ao Phys.org.
Segundo Forster, o branqueamento dos corais na Florida é um sinal claro e direto das consequências deste super-aquecimento dos oceanos.
Paralelamente, as águas mais quentes têm uma menor capacidade de absorver CO2, o que contribui para um ciclo vicioso de aquecimento global. Este fenómeno é reforçado pelo El Niño, que tende a aquecer as águas e cujos efeitos completos serão sentidos no final do ano e continuarão nos próximos.
Rowan Sutton, investigador especializado em clima da Universidade de Reading, afirma que, apesar de existirem fatores de curto prazo, a causa de longo prazo deste aquecimento é, indubitavelmente, a acumulação de gases de efeito estufa resultante da atividade humana, nomeadamente a queima de combustíveis fósseis.
Este será um dos tópicos principais na próxima COP28, a conferência internacional sobre clima, a realizar em Dubai no final do ano.
As águas do Atlântico Norte, que geralmente atingem o pico de temperatura em setembro, registaram uma temperatura média sem precedentes de 24,9ºC em julho. O mar Mediterrâneo também bateu o seu recorde diário, com uma temperatura média de 28,71ºC.
Na costa da Florida, nos EUA foi registada uma temperatura recorde de 38,3ºC — possivelmente um recorde mundial absoluto, ainda por confirmar.
Estes registos lançam mais um sinal de alarme na luta contra as alterações climáticas, evidenciando a urgência de ações que mitiguem o aquecimento global.
Um aumento de 0.01 graus Celsius é catastrófico?!