O centrista Paulo Freitas do Amaral anunciou esta quarta-feira que vai deixar de ser militante do CDS-PP, por considerar que o partido “deixou de cumprir os valores” dos seus fundadores, adiantando que pretende criar um novo partido.
Num comunicado enviado à imprensa, o primo do fundador do CDS-PP Diogo Freitas do Amaral diz ter entregado o cartão de militante “por achar que o partido deixou de cumprir os valores que os seus fundadores quiseram implementar na sociedade portuguesa”.
Na perspetiva de Paulo Freitas do Amaral, o grupo próximo de Paulo Portas e Manuel Monteiro, na liderança do partido desde 1993, prefere ver o partido morrer, recusando definitivamente o centrismo e recusando ouvir e permitir os militantes mobilizarem-se e dialogarem dentro do partido”, lê-se na nota.
Paulo Freitas do Amaral alega ter sido “boicotado em diversas iniciativas que tentou realizar no CDS” nos últimos meses.
A palestra cancelada na concelhia da Amadora por ordem de Nuno Melo, a falta de ideias do líder para Portugal muito semelhantes ao Chega, o congresso prometido pelo líder do CDS mas que não se realizou e as últimas declarações de Nuno Melo que possibilitam uma coligação de poder com aquele partido nas próximas eleições da Madeira foram a ‘gota de água’.
Paulo Freitas do Amaral “decidiu entregar o seu cartão de militante, procedimento este já aceite pelos serviços de secretaria do CDS”, lê-se no comunicado.
Numa nota enviada ao ZAP, Paulo Freitas do Amaral afirma ainda que o CDS, se alguma vez se pareceu com uma “Associação de estudantes” como afirmou Paulo Portas na TV em horário nobre e em período de eleições, agora, diz o ex-militante centrista, “mais se parece com uma associação de reformados“.
O centrista adianta que pretende fundar um novo partido, sustentando que “é urgente existir uma alternativa centrista em Portugal e que responda à defesa dos costumes, tradições, mas não esquecendo que o estado social pode diminuir a diferença entre pobres e ricos na sociedade portuguesa”.
Em 2013, Paulo Freitas do Amaral candidatou-se à Câmara Municipal de Oeiras pelo CDS e em 2015 apresentou uma candidatura às eleições presidenciais, mas acabou por desistir para apoiar Marcelo Rebelo do Sousa.
No passado dia 21 de julho, o presidente do CDS-PP defendeu que o PSD e o CDS, que concorrem coligados às eleições regionais da Madeira deste ano, não devem fazer acordos pós-eleitorais com o Chega e a Iniciativa Liberal, acusando-os de serem partidos “imaturos”.
O presidente do CDS-PP ressalvou, ainda assim, que respeita a autonomia e que a resposta sobre eventuais acordos com aqueles dois partidos “tem de ser dada pelo CDS/Madeira”.
// Lusa