Se é dos que gosta da cabeça do camarão, pense duas vezes. Não é só o sabor e a gordura que mora na ponta do marisco…
No que toca à prática de comer camarão, o mundo divide-se nem sempre entre os que gostam e os que não gostam, mas entre os que “atacam” a saborosa cabeça do animal e os que a removem — por vezes antes de o mandar para a panela.
Alegadamente ricas em antioxidantes, há quem acredite que as cabeças do animal marinho, ricas em gordura, são uma fonte saudável não só de omega-3, mas também de quitina e proteína, a par das reservas de vitamina B12 e minerais como zinco e ferro que oferece.
Por outro lado, sempre houve quem defendesse a teoria de que um camarão decapitado permite uma textura mais crocante (precisamente devido à ausência de gordura acumulada). Além disso, retirar a cabeça evita a degradação do camarão e é especialmente importante fazê-lo quando não há certezas acerca da origem do pescado.
No entanto, um fator de perigo destas cabecinhas anda a ser ignorado pela maioria.
Metal tóxico mora na cabeça
A Agência Espanhola de Segurança Alimentar e Nutrição (AESAN), a Organização de Consumidores e Utilizadores (OCU) foram algumas das entidades que alertaram para a quantidade preocupante de um metal pesado e macio altamente tóxico para os seres humanos na cabeça do camarão — o cádmio.
Metal raro, de coloração branca-azulada, maleável e dúctil, o cádmio é conhecido pelas suas propriedades tóxicas, carcinogénicas e de bioacumulação.
Usado frequentemente em baterias recarregáveis, pigmentos, revestimentos anticorrosivos e electrónica, a manipulação do cádmio requer cuidados especiais devido ao seu cariz tóxico, uma vez que a exposição prolongada ao elemento pode resultar em efeitos muito negativos para a saúde, incluindo doenças renais, ósseas e até cancro.
O problema é que a ingestão de cádmio é quatro vezes maior quando consumimos a cabeça do camarão, avisa a AESAN. Este verão, tenha cuidado.
Tive um conhecido que adorava dizer uma piada a propósito de uma piada comum na época:
A piada era assim: “Se não fosses parvo, o que é que gostarias de ser??”
Ele respondia: “camarão….”.
Ainda bem que avisam. Nem imagino os milhões de pessoas que já devem ter morrido por chupar as cabeças do camarão.