Exterminador Implacável na vida real? Cientistas descobrem que os metais se podem curar a si mesmos

Chris.Jeriko / Flickr

A descoberta pode vir a ter grandes implicações na engenharia e construção de motores, pontes ou aviões e tornar os equipamentos mais resistentes.

Um novo estudo publicado na Nature relata uma descoberta espetacular — pela primeira vez, os cientistas testemunharam pedaços de metal a rachar-se e depois a fundir-se novamente sem qualquer intervenção humana.

A revelação de que os metais se conseguem auto-curar contraria teorias amplamente aceites na comunidade científica. Se este processo poder ser replicada, pode revolucionar o ramo da engenharia, com a possível criação de pontes, motores ou aviões capazes de fazer a sua própria manutenção.

“Foi absolutamente impressionante assistir em primeira mão. O que confirmamos é que os metais têm a sua própria capacidade intrínseca e natural de se curar, pelo menos no caso de danos por fadiga em nanoescala“, explica o cientista de materiais Brad Boyce.

Os danos causados pela fadiga dos materiais são uma das principais razões pelas avarias de máquinas e infraestruturas, com o uso repetido a formar rachas microscópicas ao longo do tempo.

A fissura que a equipa de Boyce viu desaparecer foi uma destas rachas microscópicas. Até agora, a ideia de um metal auto-reparável parecia apenas pertencer ao ramo da ficção científica.

“Esperava-se que fissuras em metais ficassem maiores, não menores. Mesmo algumas das equações básicas que usamos para descrever o crescimento de rachas excluem a possibilidade de tais processos de cura”, disse Boyce.

Em 2013, um estudo com simulações de computador já tinha indicado que, sob certas condições, seria possível um metal curar as suas fissuras. A equipa acabou por provar esta hipótese sem querer, explica o Science Daily.

Um dos cientistas estava a fazer uma experiência quando a descoberta foi feita Pretendia apenas avaliar como as fissuras se formavam e se espalhavam por um pedaço de platina em nanoescala usando uma técnica especializada de microscópio eletrónico que eles desenvolveram para puxar repetidamente as extremidades do metal 200 vezes por segundo.

Cerca de 40 minutos após o início da experiência, o dano mudou de curso. Uma ponta da fissura fundiu-se como se estivesse a refazer os seus passos, sem deixar vestígios da racha anterior. Com o tempo, a fissura voltou a crescer numa direção diferente.

“A extensão em que estas descobertas são generalizáveis ​​provavelmente irá tornar-se um assunto de pesquisas extensas. Mostramos isto a acontecer em metais nanocristalinos no vácuo. Mas não sabemos se isso também pode ser induzido em metais convencionais no ar”, remata Boyce.

ZAP //

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