A tradição assente nas Filipinas que suporta o uso de matéria vegetal para fazer cordas, cestos e outros objetos pode ter tido uma origem mais recuada do que o esperado — mais precisamente, 30 mil anos mais recuada.
Encontrar provas arqueológicas de cestos, cordas e outros bens feitos a partir de plantas é particularmente difícil, uma vez que a matéria verde biodegradável é mais facilmente eliminada pelo ar húmido e quente.
No entanto, algumas partes da fibra das plantas — que agora foram estudadas nas Filipinas — resistem a essas condições, permitindo o seu estudo mais detalhado para desvendar as suas origens.
Em estudo publicado na passada sexta-feira no Plos One, foram encontradas marcas em três ferramentas de pedra que podem mesmo ser os primeiros instrumentos conhecidos e feitos para trabalhar com a vegetação resistente da região filipina.
Verificou-se através de datação por radiocarbono que as pedras, encontradas nas Cavernas de Tabon, têm 39 mil anos, o que demonstra que a tecnologia de fibra do sudoeste asiático é, na verdade, bem mais antiga do que o que se pensava (as provas mais antigas remetiam, até agora, a oito mil anos atrás).
Acredita-se agora, segundo o Popular Science, que as ferramentas eram feitas principalmente de bambu, abundante nas zonas asiáticas.
Em comparação com os kits de ferramentas encontrados em grupos pré-históricos na África ou na Europa, as ferramentas de pedra no sudeste da Ásia não eram muito padronizadas, apresentando diversos tamanhos e formas — uma diferença que se deve a adaptações ao ambiente que levaram à “Era do Bambu”, um material orgânico que vai desaparecendo com o tempo, eliminando as provas da existência de tal era na História.
Seria a fibra a unir vários materiais para criar novos objetos há 39 mil anos. Dos mais simples, como cestos e cordas, aos mais complexos, como casas ou barcos.