Um navio que fazia o percurso Cidade da Praia/São Filipe, na ilha do Fogo, com mais de 20 pessoas a bordo, afundou-se quinta-feira à noite a quatro milhas do cais do Vale dos Cavaleiros, informou a imprensa cabo-verdiana.
Segundo notícia a Inforpress, o navio roll on roll off Vicente, que pertence à Companhia Tuninha, ter-se-á afundado com seis contentores que transportavam medicamentos da empresa que está a construir o hospital regional das ilhas do Fogo e da Brava.
A mesma fonte escreve que o barco era esperado às 19h de quinta-feira no cais de São Filipe, mas como tardou a chegar, as autoridades marítimas tentaram entrar em contacto com a sua tripulação às 20h, mas o Vicente poderá ter-se afundado 30 minutos mais tarde.
A Inforpress informou que duas embarcações, sendo uma delas o navio Kriola, que liga a Praia ao Fogo, fizeram-se ao mar à procura do navio acidentado, que deveria ter a bordo 14 tripulantes e nove passageiros.
Foram resgatados três passageiros, que se encontram a bordo do navio Kriola, tendo regressado às buscas um barco de pesca, cuja tarefa se tornou cada vez mais difícil tendo em conta o estado do mar, com vagas de cerca de três metros de altura, e o facto de estar escuro no local.
A agência de notícias cabo-verdiana indicou que no cais do Vale dos Cavaleiros encontram-se autoridades marítimas, sanitárias e da Proteção Civil cabo-verdianas, prontas para entrar em ação e prestar socorro ao navio e seus ocupantes do navio Vicente, que antes operava na linha Santo Antão/ São Vicente.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Proteção Civil (PC) cabo-verdiana, Arlindo Lima, que se encontra na ilha do Fogo para acompanhar a erupção vulcânica, confirmou o afundamento do navio, mas disse que “ainda é cedo” para avançar “informações concretas”.
O responsável confirmou que as autoridades estão a acompanhar o caso e que, pelas informações que lhe foram passadas pelo delegado marítimo em São Filipe, estavam 22 pessoas a bordo.
Este é o quinto incidente com barcos em Cabo Verde em pouco mais de um ano, tendo o primeiro acontecido em setembro de 2013, quando o navio de carga Rotterdam, com seis tripulantes a bordo, desapareceu horas depois de ter saído do Porto da Praia e até hoje não se sabe do seu paradeiro.
Um mês depois, em outubro de 2013, o navio de transporte de passageiros inter-ilhas Sal-Rei colidiu com a embarcação de combustíveis Cipreia junto do ilhéu de Santa Maria, na Cidade da Praia, mas o acidente não causou vítimas.
No mês de junho último, o navio de passageiros e de carga Pentalina-B encalhou na praia de Moia-Moia, região do concelho de São Domingos, ilha de Santiago, mas todos os 85 passageiros que estavam a bordo foram retirados com ajuda de um rebocador.
Em agosto do ano passado, o navio de combustível John Miller, propriedade da empresa de combustível Enacol, encalhou na ilha da Boavista, quando se preparava para fazer uma descarga de combustível e gás na ilha, provocando danos ambientais, mas a tripulação foi salva.
/Lusa