Fernando Otalora-Luna / University of Richmond
Doença voltou a atacar no Brasil, país onde já provocou mais de 700 mortes ao longo da última década.
Houve um surto de febre da carraça numa fazenda no Brasil, na região de Campinas.
Já foram confirmadas quatro mortes e a última, registada na quinta-feira, é uma adolescente de 16 anos. Todas estiveram num evento nessa fazenda, no final de Maio.
E já há mais seis casos suspeitos, também relacionados com esse evento.
A febre da carraça já matou mais de 700 pessoas ao longo da última década, no Brasil, entre mais de 2 mil casos. É uma taxa de mortalidade elevada (35%).
A febre da carraça, ou febre maculosa no Brasil, também atinge países europeus. É uma doença endémica em Portugal, lembra o portal Metis.
Aparece mais no Verão e no início do Outono, sobretudo em zonas rurais. É uma janela temporal relacionada com o ciclo de vida da carraça – mas pode atacar durante todo o ano.
A bactéria responsável, a Rickettsia conorii, habita nas glândulas salivares das carraças que parasitam alguns animais domésticos, sobretudo cães de zonas rurais, alimentando-se do seu sangue.
É transmitida para o ser humano através de picadas de carraças infectadas. São precisas entre 6 e 20 horas de parasitação.
Os sintomas aparecem de forma repentina: febre elevada, arrepios, suores intensos, sensação de fragilidade e dores de cabeça.
O local da picada fica com uma mancha negra, que vai crescendo até 2cm de diâmetro. Também poderão haver lesões “invisíveis” no couro cabeludo.
Depois aparecem manchas vermelhas. Cerca de cinco dias depois do início dos sintomas, a erupção começa habitualmente nos membros inferiores, tronco e cabeça, passando depois para o resto do corpo.
O período de incubação pode ir de uma a três semanas.
A doença origina consequências graves sobretudo em crianças, idosos ou doentes imunocomprometidos.
O tratamento, à base de antibióticos, deve começar o mais precocemente possível – mas os resultados dos testes para confirmação da doença podem demorar algumas semanas.
Para prevenir a febre da carraça, logicamente, o melhor é não passar por zonas infestadas.
Em momentos de passeio no campo, é melhor utilizar vestuário claro (para ver os parasitas mais facilmente), verificar a roupa deoiusm proteger todas as partes do corpo, aplicar repelente de insetos na roupa, proteger a pele e ter atenção especial ao cão, se for o caso.
