William Barr, antigo Procurador Geral dos Estados Unidos, afirmou este sábado que se as alegações na acusação contra Donald Trump recentemente tornada pública forem verdadeiras, o ex-Presidente Donald Trump pode vir a enfrentar estar sérios problemas legais.
O antigo Procurador Geral dos Estados Unidos William Barr considera que se as acusações de espionagem contra Donald Trump forem provadas, o antigo presidente dos Estados Unidos “está tramado“.
Em declarações no programa deste domingo do “Fox News Sunday”, Barr disse estar “chocado” com a sensibilidade e quantidade dos documentos recuperados nas buscas do FBI à residência do ex-presidente em Mar-a-Lago.
O ex-Procurador Geral considera que os pontos da acusação relacionados com a retenção intencional destes documentos por parte de Trump, que caem no âmbito da lei da Espionagem, “são válidos“.
Se mesmo metade das alegações se provar verdadeira, “Trump está acabado”, diz Barr, que considera a acusação de “muito, muito condenatória”.
O antigo Procurador Geral diz ainda que “é ridícula” a teoria de Donald Trump de que está a ser vítima de uma caça às bruxas por parte de Joe Biden.
“Trump foi vítima de alegações falsas no passado, e eu estive do lado dele a defendê-lo, mas isto é muito diferente, aqui ele não é uma vítima“, diz Barr. “Trump esteve totalmente errado ao dizer que tinha o direito de ter com ele estes documentos, que estão entre os segredos mais sensíveis que o país tem”.
Donald Trump “não tinha o direito de ter e de manter estes documentos, e guardou-os na sua casa de Mar-a-largo de uma forma que qualquer pessoa que se preocupe com a segurança nacional ficaria com o estômago às voltas“, conclui.
William Barr, um dos principais aliados do ex-presidente durante a administração Trump, demitiu-se em dezembro de 2020, distanciando-se das alegações não comprovadas de fraude eleitoral lançadas pelo candidato derrotado.
O ex-presidente dos Estados Unidos foi acusado de 37 crimes por manipulação de documentos classificados, que levou para a sua mansão na Florida após deixar a Casa Branca, de acordo com a acusação divulgada esta sexta-feira.
Entre as 37 acusações criminais que visam Trump, estão a retenção intencional de informações de defesa nacional, conspiração para obstruir a justiça e ocultação corrupta de documentos e registos.
A investigação sobre Trump começou há mais de um ano quando os Arquivos Nacionais identificaram documentos sensíveis em falta nos ficheiros entregues pela administração Trump após o seu mandato.
De acordo com a acusação histórica, Trump colocou em risco a “segurança nacional” dos Estados Unidos ao manter na sua posse segredos nucleares norte-americanos após a sua saída da Casa Branca.
Apesar dos atrasos, Trump devolveu 15 caixas contendo quase 200 documentos classificados, alguns com informações de segurança nacional. Esta ação levou o Departamento de Justiça a envolver o FBI, resultando na descoberta de mais de 100 documentos classificados adicionais em Mar-a-Lago em Agosto.
Segundo o HuffPost, evidências adicionais surgidas após a nomeação do conselheiro especial Jack Smith para supervisionar a investigação do Grande Júri sobre o caso sugerem que Trump sabia que tinha levado documentos sensíveis sem desclassificação e que tentou impedir a sua devolução aos Arquivos Nacionais.
A acusação alega que Trump mostrou documentos classificados, incluindo um mapa classificado ligado a uma operação militar, a outras pessoas, em várias ocasiões.
Trump, que é candidato à nomeação para as eleições presedenciais pelo Partido Republicano em 2024, rejeitou as acusações, apelidando Smith de “bandido” e “perturbado”.