A startup norte-americana de biotecnologia Grail notificou mais de 400 pacientes sobre a eventualidade estes terem cancro. Erro pode não sair barato, com seguradoras a afastar-se do seu teste oncológico caracterizado como “revolucionário”.
A Grail, startup de biotecnologia e cuidados médicos norte-americana, começou o mês com o pé esquerdo e tornou-se viral pelas piores razões.
Acidentalmente, a empresa de cuidados médicos enviou notificações a 408 pacientes a dizer que as suas análises sanguíneas sugeriam que poderiam ter cancro.
Mais tarde, a empresa californiana admitiu que mais de metade desses pacientes ainda não tinham sido submetidos a recolha de sangue.
A subsidiária da Illumina confirmou ainda que as notificações não foram incentivadas por nenhum resultado laboratorial incorreto, mas sim que a grave falha foi consequência de um erro de software por parte do seu fornecedor de telemedicina, PNWHealth.
Os pacientes afetados pelas mensagens foram contactados “no espaço de 36 horas” após o envio das notificações, segundo a fornecedora.
O erro veio em má altura, uma vez que a empresa ia apresentar o seu teste de deteção precoce oncológica, Galleri — que consegue identificar mais de 50 tipos de cancro a partir de uma única amostra sanguínea — este fim de semana.
As análises ao sangue alvo do “revolucionário” teste estão à venda por 949 dólares (888 euros) e conseguem, alegadamente, detetar formas da doença que não são habitualmente procuradas, como o cancro do pâncreas e da vesícula biliar.
Como seria de esperar, as seguradoras e investidores estão com dúvidas em relação à startup.
A seguradora MassMutual admitiu, segundo a Financial Times, que iria parar a sua participação-piloto como resultado da falha. Também a Principal confirmou estar a reconsiderar a relação com a Grail.