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Marca de vestuário baniu 42 mil clientes por devolverem demasiadas compras online

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Boozt / Facebook

A marca sueca de retalho Boozt AB anunciou esta quinta-feira ter bloqueado 42 mil clientes por terem devolvido demasiadas compras — uma decisão tomada em nome da empresa e do ambiente.

A retalhista de moda online sueca Boozt AB baniu 42.000 clientes por devolverem demasiadas compras.

Segundo a Associated Press, a empresa considera que as ações destes clientes são demasiado dispendiosas para a empresa, para os outros clientes e para o ambiente.

Ask Kirkeskov Riis, porta-voz da loja online, que vende várias marcas de roupa e produtos de beleza, explicou que os clientes foram bloqueados por tempo indeterminado por terem devolvido os bens adquiridos — ou  porque não serviam, ou porque se tinham arrependido da compra.

Segundo o porta-voz, estes clientes “exploram repetidamente os excelentes níveis do serviço de envio gratuito e da política devoluções, à custa do nosso negócio, dos outros clientes e do ambiente”.

Num email enviado à Associated Press, Riis detalhou que estes clientes representam menos de 2% dos “mais de 3 milhões de clientes da Boozt”, mas geram cerca de 25% do volume total de devoluções.

“Ao suspender estas contas e reduzir devoluções desnecessárias que geravam, a Boozt poupou cerca de 791 toneladas de CO2 em 2022, o que eliminou a necessidade de 600 camiões de entrega num ano”, especificou.

A empresa de comércio eletrónico, que está listada na NASDAQ e tem mais de 1.200 empregados, opera em vários países europeus, incluindo em Portugal — com exceção de Madeira e Açores, regiões para onde a marca não faz envios.

A compra online de produtos de determinadas categorias, como bens alimentares, produtos de beleza e vestuário, popularizou-se nos últimos anos no nosso país — muito impulsionada pelos períodos de confinamento que durante a pandemia afastaram os consumidores das lojas físicas.

Esta tendência manteve-se em alta após o fim das restrições de circulação, não só devido aos preços muitas vezes mais competitivos que os clientes encontram online, mas também porque as marcas se adaptaram a novos comportamentos dos consumidores, com políticas mais atrativas de entregas, trocas e devoluções.

Atualmente, um grande número de lojas online têm mecanismos simplificados de troca ou devolução de produtos, que incluem o envio, juntamente com a compra, de embalagens e etiquetas com códigos de barras para identificar os produtos a devolver.

Além disso, usar a disponibilidade de entrega ao domicílio como critério para escolher onde comprar online é coisa do (século) passado. Atualmente, alguns consumidores optam por fazer as suas compras apenas nas lojas online que assegurem a recolha ao domicílio dos produtos que querem devolver.

Assim, comprar certas categorias de produtos online tornou-se para muitos consumidores uma opção simples, mais barata e desprovida de risco. Se não serve ou não gosta, devolva.

Mas não há bela sem senão. Na maior parte dos casos, as letrinhas pequeninas dos termos de prestação do serviço e das condições de devolução de produtos, por muito flexíveis e facilitadas que seja, incluem cláusulas de “Fair Use Policy“.

Ou seja, use… mas não abuse.

ZAP //

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1 Comment

  1. Há consumidores com pouca ética, que abusam da facilidade com que certas lojas permitem devoluções para usarem artigos sem os comprarem.

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