Uma família russa de origem tajique decidiu mudar o nome do filho, que se chama Putin, o apelido do Presidente russo, de acordo com o registo civil da região de Vladimir, a menos de 200 quilómetros de Moscovo.
“Os pais regressaram ao nosso serviço. Eles, digamos, arrependeram-se do que fizeram”, adiantou Yekaterina Belous, a responsável do registo civil do distrito de Alexandrovsky, em Vladimir, de acordo com o jornal “New Alexandrovsk City”, citado pela agência EFE.
Esta responsável acrescentou que os pais pretendiam “recuperar o nome que lhe deram quando a criança nasceu”.
A família Dzhuraev batizou originalmente o seu filho como Rasul, mas mudou-lhe o nome em 2016 a pedido do avô, um grande admirador do líder do Kremlin, Vladimir Putin.
Os Dzhuraevs receberam a cidadania russa depois de fugirem da guerra civil (1992-97) que devastou a república da Ásia Central do Tajiquistão após a queda da União Soviética e custou a vida de mais de 100.000 pessoas.
O pedido para a nova alteração de nome surge um ano depois do início da invasão da Ucrânia pela Rússia, decretada por Vladimir Putin.
O rapaz, agora com 8 anos, chama-se então de novo oficialmente Rasul.
Por estes dias, ter o nome de Putin pode não ser propriamente uma circunstância agradável — em particular, se se tratar de um cidadão ucraniano.
Recentemente, foi notícia o caso de Vladimir Putin, um ucraniano que tem (agora) a infelicidade de ostentar como primeiro nome e apelido precisamente os do presidente da Rússia. Com 51 anos e três cursos superiores, o empresário de Khmelnytsky não tem tido vida fácil.
“Na cidade, em certos círculos, sou conhecido. Nas instituições estatais, quando apresento o meu passaporte, vejo sempre um sorriso no rosto dos guardas“, contou este Vladimir Putin no portal TSN.
Alguns polícias ucranianos brincam com ele, quando lhe dizem directamente: “Olhem, apanhámos o Putin! Vejam quem apanhámos!”.
Mas nem tudo são sorrisos. Há uns anos escapou a uma tentativa de homicídio, por motivos políticos. Na altura, estava envolvido em processos judiciais com a Câmara Municipal. “Talvez me quisessem intimidar. E houve a impressão de que um polícia esteve envolvido”, conta.
A vida nunca é fácil, para quem tem azar de ter o nome errado.