Mais uma vez, o cheiro e a questão da posse são fundamentais para esse gesto tão repetido.
Muita gente olha para os gatos como os animais mais “fofinhos” para se ter em casa.
Qualquer que seja o momento, qualquer que seja o contexto, o gato é sempre aquele ser mais “fofinho” lá em casa.
Mas quando o gato ou a gata sobe e se instala no portátil, o seu objectivo não é propriamente o de ser “amoroso”.
Há pessoas que gostam desse momento, até acham bonito ver o gato ficar sobre o computador, ou sobre os braços, ou as duas coisas juntas.
Há quem se irrite, porque o gato começa a carregar em teclas, escreve “ii9992www2”, ou apaga o que estamos a fazer, ou (muito comum) não nos deixa ver o ecrã todo.
Obviamente, não temos um estudo a envolver milhares de gatos neste momento. E ninguém lhes perguntou porque se instalam nos computadores.
Mas não será um comportamento de imitação, de imitar o humano, ao contrário do que muitos pensam. O gato não quer copiar o que está a fazer (qual é o gato que gosta de escrever num teclado?).
Nem quer apenas fazer-lhe companhia enquanto trabalha. Nem está só atraído pelo calor que o portátil cria.
David Sands, especialista em psicologia animal, lembra dois factores habituais para este momento: cheiro e posse.
Ou seja, o cheiro da pessoa está (também) no teclado do portátil e isso atrai o gato, explica no portal Science Focus.
Mas a intenção do gato não é essa: agora que sabe de onde vem o cheiro, quer instalar-se no teclado porque quer que o seu cheiro (o do gato) seja superior ao cheiro do humano.
É tudo uma questão de propriedade. Mais uma vez. É como se o gato quisesse dizer: “Tu és propriedade minha, até aqui”.
E isso espalha-se para outros momentos, como aqueles em que o gato ronda as nossas pernas. Não é amor: é posse. Quanto mais passarem na nossa roupa, mais ficamos com o cheiro deles.
Agora entravam aqui aquelas imagens de filmes onde vemos os gatos sempre ao lado dos malvados. Do género “eu mando em tudo” – essas cenas têm uma origem…