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Diploma “trágico”: professores pensam em desistir

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Paulo Novais / Lusa

O secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira.

Marcelo Rebelo de Sousa promulgou diploma de concursos para “não adiar as expectativas” de 8 mil professores.

O Presidente da República promulgou nesta segunda-feira o diploma do Governo sobre recrutamento de professores.

Marcelo Rebelo de Sousa tem noção de que as suas propostas não foram seguidas, mas promulgou o documento para não “adiar as expectativas” de 8 mil professores.

Nas horas seguintes ao anúncio, começaram a surgir reacções de insatisfação em relação a este documento.

Mário Nogueira, líder da Federação Nacional dos Professores – FENPROF, leu um “jogo de palavras mas não vale a pena ter ilusões: quando chega o momento, fica tudo na mesma“, afirmou, citado no Jornal de Notícias.

A mesma FENPROF avisa: este diploma continua “longe de corresponder às propostas apresentadas” pelos sindicatos.

Considera que nunca seria posta em causa a vinculação de 8 mil docentes contratados “pois o Governo está obrigado, por directiva comunitária, a eliminar os elevados níveis de precariedade dos docentes”.

Para isso, bastaria que, para este ano letivo, fossem negociadas “regras para um concurso de vinculação extraordinário mais positivas do que as que constam do regime de vinculação dinâmica, que excluirá milhares de docentes com mais de 1.095 dias de serviço (3 anos) e provocará ultrapassagens, excluindo da vinculação docentes com mais tempo de serviço do que aqueles que abrange”, lê-se em comunicado.

A federação acrescenta que a generalidade do diploma só produz efeitos no ano lectivo 2024-2025, pelo que “a não promulgação poderia abrir um novo espaço de negociação, do qual poderia resultar a eliminação daquelas que a Fenprof considerou como linhas vermelhas”.

André Pestana, líder do sindicato STOP, lamentou que o presidente da República “queira ficar associado a um dos maiores ataques à classe docente da escola pública”.

Em declarações à agência Lusa, avisou: muitos professores pensam em desistir da profissão.

“Muitos colegas nos disseram que, se este decreto-lei avançasse, ponderavam seriamente desistir da profissão docente, e por isso lamentamos profundamente que o presidente da República esteja a fazer parte do problema e não da solução e mais uma vez ao lado deste Governo com mais este ataque à classe docente e por consequência à escola pública”.

De acordo com André Pestana, nos próximos anos ainda mais alunos vão ficar sem professores devido a esta medida”.

O problema para o Norte

Os professores que entrarem nos quadros em Setembro deste ano vão ter de concorrer para o país inteiro, no próximo ano.

Mário Nogueira explicou que este diploma dos concursos vai ser “particularmente negativo” para os professores do Norte – porque é onde há mais professores a ter de realizar deslocações longas, com o aproximar a casa mais condicionado por causa das novas novas regras.

E, aí, volta o cenário de professores a desistirem ou, no mínimo, a nem concorrerem porque preferem ficar perto da família.

Além disso, repete o líder da FENPROF, poderão surgir ultrapassagens na carreira por vincularem docentes mais novos e o número de contratos pode diminuir – porque podem acumular horários em diferentes agrupamentos.

Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, foi mais longe: “Isto pode ser trágico“.

Com todo este contexto, Pedro Barreiros, vice-secretário-geral da Federação Nacional da Educação, deixa o alerta: no próximo ano lectivo os protestos dos professores vão continuar.

ZAP //

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4 Comments

  1. Este mario nogueira nunca abriu a goela quando andaram de mão dada entre PS+PCP na geringonça.

    Vá trabalhar malandro.

  2. São tretas.
    Os professores que estão nos quadros são das classes com mais direitos.
    Congelaram as carreiras? Sim, mas provavelmente prometeram mais do que era possível a longo prazo e a economia não cresceu o suficiente para tal. Portanto têm que se adaptar.
    Simplesmente têm o sindicato mais forte do país e por isso todos os dias pedem mais e mais. Só que o contribuinte não consegue suportar isto tudo, mais TAPs, BES, municipios infestados de boys e tachos, 10 motoristas para o Costa, etc etc etc
    Esse “ponderavam seriamente desistir da profissão” é completamente treta… enfim… podem sair quando quiserem.

    • Quando for você a ter de ensinar os seus filhos ou netos já descobre a realidade.
      Este ano foi o que se viu com falta de professsores, e por cada ano que passar o cenário só vai agravar-se.
      Basta ver a estatística dos alunos interessados nos cursos que dão acesso à profissão para se aquilatar do elevado desinteresse dos jovens universitários pela profisssão.
      Agora, há mais de 1 milhão de portugueses sem médico de família, e para o próximo ano lectivo vamos ver quantos milhares de alunos ficam sem aulas…
      É também pela desqualificação social a que são sujeitos diariamente , como se comprova por estes comentários, que poucos querem ir para a profissão.
      Num futuro próximo só vai para a profissão quem não encontra melhor noutra profissão…
      Está-se mesmo a ver qual vai ser o resultado…
      Estou à vontade porque não sou, nunca fui e jamais serei professor!
      Só uma última nota: sabem por acaso que habilitações académicas são necessárias para ingressar na profissão? Mestrado!!! Mas como há falta de professores agora vão ter de aceitar quem apenas tenha licenciatura ( pós-Bolonha).

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