Uma contraofensiva “inevitável” está a ser preparada por Kiev. E o grupo Wagner não tem munições

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(h) Russian Defence Ministry / EPA

Lançador de mísseis Tornado-G do Exército da Rússia em ação na Ucrânia

Não foi a primeira vez que Yevgueni Prigojin se referiu à falta de diverso material para as suas unidades, tendo já censurado o ministro da Defesa russo e o chefe do Estado-Maior.

O chefe do grupo paramilitar Wagner voltou hoje a criticar bloqueios no envio de munições para as suas forças, envolvidas na ofensiva russa em Bakhmut, leste da Ucrânia, alertando que a situação se agravará com a “inevitável” contraofensiva ucraniana.

“Existe uma ordem criminosa para não nos enviarem munições, as munições que se acumulam nos depósitos, como disse anteriormente. As fileiras da Wagner estão a minguar, entre mortos, feridos e os que terminaram o contrato”, afirmou Yevgueni Prigojin numa mensagem áudio publicada no seu canal do Telegram.

Prigojin alertou que a contraofensiva ucraniana “é inevitável”.

“Hoje está a chover. A 2 de maio vão cair as últimas chuvas. Faltará uma semana para que o vento seque a terra, e depois o Exército ucraniano está preparado para começar”, indicou, ao assinalar que não existe uma data precisa sobre o início da contraofensiva ucraniana.

O chefe do grupo Wagner assegurou ainda que o Exército ucraniano vai procurar cortar os flancos do cerco parcial russo em torno de Bakhmut, e considerou que as forças russas não estão preparadas para aguentar esse embate, numa nova crítica ao Ministério da Defesa.

Prigojin assegurou que estão a ser preparadas novas reservas de homens para combater, que apenas serão enviadas após o respetivo treino para “defender os interesses do Estado”.

“A Wagner já cumpriu a sua missão histórica, mas continuará a cumpri-la até ao último combatente. Como disse, estamos a triturar as reservas do Exército ucraniano. Hoje, o inimigo envia para Bakhmut unidades mais bem preparadas”, assinalou.

O chefe do grupo paramilitar assinalou ainda que se regista um aumento do número de mercenários polacos e unidades de tropas especiais ucranianas, e que motiva uma batalha “muito sangrenta” por Bakhmut.

Sem mencionar nomes, afirmou que possui uma lista dos responsáveis pelos bloqueios no envio de munições para o grupo Wagner, e sublinhou que “aqueles que tomam esta decisão devem responder perante as mães dos que caíram”.

“Há traição dentro da Rússia. Não nos permitem preparar a defesa nem começar uma ofensiva. Mas avançaremos a qualquer preço. Apenas para triturar o Exército ucraniano e frustrar a sua ofensiva”, sublinhou.

Não foi a primeira vez que Prigojin se referiu à falta de diverso material para as suas unidades, e em fevereiro passado censurou o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior, general Valeri Gerasimov.

Na ocasião, também negou a retirada das suas forças de Bakhmut, mas disse que “iriam morrer o dobro dos combatentes”.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

// Lusa

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