Há cada vez mais pessoas a pedir ajuda para comer, pagar a casa e comprar medicação. A maioria dos pedidos é de desempregados com mais de 50 anos, mas está a aumentar o número de famílias com emprego e rendimentos fixos que não conseguem fazer face às despesas.
Nos primeiros três meses deste ano, a Legião da Boa Vontade registou mais 47 novos pedidos do que em todo o ano de 2022. A AMI calcula um crescimento das solicitações de 13,9% e o Banco Alimentar alerta para um crescimento das necessidades, nomeadamente entre os imigrantes, relatou o Jornal de Notícias.
No primeiro trimestre deste ano, a Legião da Boa Vontade recebeu 92 pedidos entre janeiro e março, um aumento significativo face ao ano de 2022, no qual registou, em todo o ano, 45 novas solicitações.
A entidade revelou que existe uma subida significativa de solicitações por parte de famílias a trabalhar. “Com o aumento do custo de vida, as famílias não conseguem fazer face a todas as despesas, nomeadamente no arrendamento ou no crédito à habitação, eletricidade, água e medicação”.
“Recebemos pedidos de estrangeiros que se encontram num recomeço de vida e tentam estabilizar-se em Portugal”, disse também a instituição, que no Porto acompanha 21 famílias – a maioria brasileira, marroquina e angolana.
Há também um aumento de pedidos na Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, indicou a presidente Isabel Jonet, revelando que muitas famílias empregadas estão a necessitar de ajuda devido à subida do custo de vida. Há muitos pedidos de “mulheres brasileiras com filhos que chegaram a Portugal recentemente”, notou.
Atualmente, a Legião da Boa Vontade chega a 500 famílias, correspondendo a cerca de 1500 pessoas. “O nosso público-alvo é diversificado, desde famílias monoparentais a famílias isoladas, que procuram na Legião da Boa Vontade um espaço privilegiado no combate ao isolamento social pela dinamização de atividades diversificadas, acompanhamento social e apoio alimentar”, referiu.
No primeiro trimestre de 2023, a AMI apoiou 3705 pessoas e foram distribuídos 1941 cabazes alimentares a 408 agregados familiares. O serviço de roupeiro chegou a 234 famílias. Através das Portas Amigas, Serviço de Apoio Domiciliário e Abrigos Noturnos, foram distribuídas 2934 refeições.