Paleontólogos identificam fóssil de flor com 170 milhões de anos

Instituto de Geologia e Paleontologia de Nanjing, Academia Chinesa de Ciências

Uma equipa de cientistas chineses identificou o fóssil de uma planta com cerca de 170 milhões de anos, tornando-a no mais antigo angiosperma conhecido no noroeste da China.

A equipa da Academia Chinesa de Ciências Instituto de Geologia e Paleontologia de Nanjing, da Universidade de Lanzhou, do Museu Geológico de Ningxia e da Universidade do Noroeste anunciou recentemente a descoberta revolucionária na Life.

No estudo, citado pelo All That’s Interesting, os investigadores relataram ter encontrado botões de flores num fóssil com 17 milímetros de comprimento por nove milímetros de largura, com formato oval, ligados a um talo de 15 milímetros.

O líder do estudo, Wang Xin, disse ao Global Times que o fóssil pertencia a um grupo de plantas conhecidas como angiospérmicas, as plantas mais evoluídas e diversificadas da Terra. “Existem mais de 300.000 espécies de angiospérmicas no mundo atual”, referiu.

Este não foi, porém, o primeiro estudo a examinar este fóssil com 170 milhões de anos. Em 1998, os investigadores examinaram-no e classificaram a planta como um gimnosperma, uma planta com sementes desprotegidas por flores ou frutos, semelhante a coníferas. Essa equipa deu-lhe o nome Drepanolepis formosa Zhang.

No entanto, uma nova análise do fóssil com recurso a tecnologia micro-CT – uma técnica de raios X que captura estruturas 3D com resolução à escala de micrómetros – revelou que a planta tinha na realidade um pequeno óvulo invertido protegido por uma camada exterior resistente. Esta é uma característica das angiospermas.

Com base nesta nova informação, a equipa deu um novo nome à flor: Qingganninginfructus formosa.

“A Qingganninginfructus formosa é encontrada em grandes quantidades numa vasta área no noroeste da China, incluindo Qinghai, Gansu, e Ningxia. A sua descoberta indica que as angiospermas surgiram e foram amplamente distribuídas já há cerca de 170 milhões de anos, ou seja, durante o Jurássico Médio, e atingiram um certo grau de prosperidade. Fornece também uma nova base de referência para a comunidade científica continuar a rastrear a origem e evolução das angiospermas”, disse Xin.

O período do Jurássico Médio foi marcado por uma mudança significativa na topografia da Terra. A Pangeia tinha começado a dividir-se e a vida terrestre e marinha também viu evoluções.

Curiosamente, este período foi também definido por uma abundância de gimnospermas, especificamente coníferas. Esta informação torna a classificação original de 1998 talvez mais compreensível – e também torna a Qingganninginfructus formosa uma planta mais única para o seu tempo.

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