O Senador Lindsay Graham, um aliado próximo de Trump, terá afirmado que o ex-Presidente teria acreditado se lhe dissessem que aliens tinham vindo roubar os seus votos na Geórgia.
De acordo com um membro do júri que está a investigar o envolvimento de Donald Trump na tentativa de reversão dos resultados eleitorais no estado da Geórgia, o Senador Republicano Lindsay Graham, terá dito que o ex-Presidente acreditaria se alguém culpasse aliens pela sua derrota.
“Durante aquela altura, se alguém dissesse a Trump que aliens desceram e roubaram os seus votos, Trump teria acreditado”, terá alegadamente dito Graham, Senador da Carolina do Sul e aliado próximo do ex-chefe de Estado.
A notícia foi avançada pelo Atlanta Journal-Constitution, que entrevistou cinco dos 23 membros do júri que está a acompanhar o caso e cujo relatório foi parcialmente divulgado no mês passado. Foi revelado que o júri recomendou que se avance com acusações, mas não se sabe contra quem. A decisão está agora nas mãos da procuradora do distrito de Fulton County, Fani Willis.
A investigação está a focar-se na pressão que Trump e os seus aliados e conselheiros, incluindo Lindsay Graham, fizeram aos responsáveis estaduais para reverterem a vitória de Joe Biden neste estado decisivo.
Os membros do júri ouviram também uma gravação de uma chamada telefónica que Trump fez com o presidente da Câmara dos Representantes da Geórgia, David Ralston para o tentar convencer a convocar uma sessão especial para reverter o resultado no estado.
Esta é a terceira gravação conhecida de chamadas do ex-Presidente dos Estados Unidos a responsáveis políticos da Geórgia, escreve a CNN. Ralston, que morreu no ano passado, descreveu a chamada com Trump em Dezembro de 2020
“Trump queria uma sessão especial da Assembleia Geral da Geórgia. Ele tinha sido claro nisso antes e foi claro na conversa por telefone. Vocês sabem que partilhei com ele a minha crença na minha interpretação da lei da Geórgia, que levaria a que isso fosse uma enorme batalha“, afirmou Ralston
Segundo a constituição da Geórgia, apenas o Governador pode convocar uma sessão especial ou então a Assembleia Geral pode convocar-se a si mesma, precisando para isso das assinaturas de 3/5 dos membros da Câmara dos Representantes.
O ex-Senador David Perdue, um grande aliado de Trump na Geórgia, também apelou à convocação de uma sessão especial durante uma reunião em Dezembro de 2020 que contou com a participação do Governador do estado, Brian Kemp e da ex-Seandora Kelly Loeffler.
Há ainda uma gravação de uma chamada de Trump a uma investigador de topo quando estavam a ser analisadas as acusações de irregularidades com a correspondência das assinaturas nas máquinas de voto na zona de Atlanta. Na chamada, Trump disse à investigadora que seria “elogiada” se encontrasse indícios de fraude. A auditoria não descobriu quaisquer provas.
A investigação especial do júri foi iniciada depois de ser revelado um áudio de um telefonema de uma hora no qual Trump pressionou o Secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, a “encontrar” o número exacto de votos necessários para anular a vitória de Biden e sugeriu que este anunciasse publicamente que “recalculou” os resultados das eleições.
A investigação expandiu-se e inclui falsas alegações de fraude eleitoral para legisladores estaduais, esquemas de eleitores falsos, esforços de indivíduos não autorizados para ter acesso às máquinas de votação e ameaças e assédio contra os trabalhadores eleitorais.
O júri especial reuniu-se sete meses em Atlanta e ouviu depoimentos de 75 testemunhas, incluindo alguns dos conselheiros mais próximos de Trump nas suas últimas semanas na Casa Branca e funcionários presentes durante o caos na contagem dos votos.
“Eu não chorei à frente de nenhuma das testemunhas, mas quando eu entrava no meu carro, eu pensava, acabei de deixar isso e tenho que ir trabalhar agora? … Eu só sei coisas que são difíceis de saber”, relata um dos membros do júri..
Um outro garante que muitas das informações apuradas serão reveladas em breve, quando a procuradora Fani Willis anunciar se vai avançar com a acusação: “Vai saber-se muita coisa mais cedo ou mais tarde. E será massivo. Será massivo”.