Dois ratos por cada habitante. Paris está inundada com 6.600 toneladas de lixo

Mohammed Badra / EPA

A Câmara de Paris estima que haja cerca de 6.600 mil toneladas de lixo acumulado nas ruas. Os problemas sanitários começam a acumular-se.

Paris está inundada de lixo devido às greves levadas a cabo pelos profissionais de limpeza. Esta quarta-feira decorre o oitavo dia de greves em França, motivado pela reforma das pensões. Na semana passada, o Senado francês aprovou o aumento progressivo da idade legal da reforma dos 62 para os 64 anos, uma das medidas mais polémicas da reforma.

Com a greve dos profissionais de recolha de lixo, os parisienses denunciam que são várias as pragas que começam a afetar a cidade do amor.

Estima-se que haja dois ratos por cada habitante de Paris, uma situação que se agrava com o cheiro e a sujidade do lixo que se tem acumulado na rua. “É terrível, há ratos e ratazanas”, disse um cidadão.

De acordo com a Câmara Municipal de Paris, citada pelo Le Parisien, haverá perto de 6.600 toneladas de resíduos nas ruas à espera de serem recolhidos.

Além disso, três locais de tratamento de resíduos encontram-se encerrados e outros quatro estarão a trabalhar apenas com serviços mínimos.

Por outro lado, nos dez distritos em que operam empresas privadas, as recolhas estão a decorrer dentro da normalidade.

Em declarações ao Le Parisien, o especialista Romain Lasseur explicou que estas situações “desencadeiam uma mudança no comportamento dos ratos”, o que representa um “risco para a saúde dos apanhadores de lixo e da população em geral”.

Paris não é a única cidade afetada pela greve dos profissionais de recolha de lixo. Nantes, Rennes e Le Havre também já começam a sentir problemas.

“A maioria dos funcionários do departamento de gestão de lixo e águas tem uma esperança média de vida entre 12 a 17 anos inferior ao resto dos trabalhadores”, alertou o sindicato.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, defende o aumento da idade da reforma, argumentando que desta forma consegue garantir “o financiamento” do modelo social francês.

Os opositores da reforma consideram o projeto lei “injusto” por penalizar seriamente os salários. As sondagens de opinião publicadas em França indicam que se trata de uma medida “impopular”.

ZAP //

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