A Rússia conseguirá manter o nível atual de combate na Ucrânia durante mais dois anos, indicou o chefe dos serviços secretos lituano, Elegijius Paulavicius.
Em declarações aos jornalistas na quarta-feira, referiu que os atuais recursos da Rússia permitem-lhe continuar com a mesma força durante o referido período. “O tempo que a Rússia continuará a travar a guerra dependerá também do apoio aos militares russos por parte de países como o Irão e a Coreia do Norte”, disse.
De acordo com a agência Reuters, esta avaliação contrasta com o cenário avançado no final do ano passado pelo Pentágono, que referiu que o início de 2023 traria um declínio na capacidade russa, prevendo que seria obrigada a depender de armas e de munições degradadas.
Na quinta-feira, a Rússia lançou um bombardeamento de mísseis em larga escala, atingindo várias regiões ucranianas, incluindo Kiev. Esta terá sido uma tentativa de quebrar as linhas da frente, que têm estado em grande parte bloqueadas há semanas.
Estima-se que a Rússia tenha perdido cerca de metade dos tanques modernos no último ano e que esteja a sofrer um grande atraso no fabrico de novos veículos. Contudo, terá ainda milhares de tanques antigos, prontos para serem utilizados.
Os russos receberam também drones do Irão e munições da Coreia do Norte durante a guerra.
Um relatório que acompanha as observações de Elegijius Paulavicius, citado pela agência, indica que “longas cadeias e intermediários” estão a ser utilizadas para escapar às sanções e obter tecnologia ocidental para a construção de armas.
As múltiplas investigações já realizadas revelaram que os drones utilizados pela Rússia, abatidos na Ucrânia, continham peças ocidentais na sua estrutura, apesar de os russo e os iranianos estarem sob sanções internacionais.
Segundo este último relatório, as sanções estão a ter um efeito limitado na capacidade russa para financiar as suas forças militares.