“Terça-feira negra” em França

Teresa Suarez/EPA

Gare de Lyon praticamente vazia durante dia de greve em França

Alterações nas pensões originam mega-protesto. “Todo o país vai parar” e economia francesa “de joelhos”.

França vive um início de ano tenso. Sobretudo por causa dos protestos contra as mexidas na reforma propostas pelo Governo liderado por Emmanuel Macron.

A ideia é aumentar, gradualmente, a idade da reforma dos 62 anos actuais para os 64 anos em 2030. Também prevê o aumento do tempo de contribuição, dos 42 anos actuais para os 43 anos (ou 172 trimestres) em 2027, à razão de um trimestre adicional por ano.

“O Governo já perdeu a sua primeira batalha: a de convencer as pessoas da necessidade da sua reforma”.

“Ninguém acredita nos argumentos apresentados. As pessoas estão dispostas a fazer sacrifícios, mas aqui, sabem que lhes mentem”.

“Quando se toma uma decisão tão grave de retirar dois anos de tempo às pessoas, é preciso uma justificação e aqui não há nenhuma”.

Estas foram palavras de Jean-Luc Mélenchon, do partido de oposição França Insubmissa, durante a participação nos protestos nas ruas de Marselha.

Esses protestos em Marselha estiveram inseridos num dia de mega-protesto, uma “quinta-feira negra” em Janeiro deste ano.

Esta terça-feira, 7 de Março, é dia de novo mega-protesto.

greves nos transportes, na educação, na aviação, na energia, na metalurgia e no sector do lixo.

Estavam previstas quase 300 manifestações nas ruas de diversas cidades, com mais de um milhão de pessoas.

O mesmo Mélenchon avisou esta manhã, no jornal Le Parisien: “Daqui a algumas horas, todo o país vai parar”.

Clément Beaune, ministro dos Transportes, já tinha dito que esta iria ser uma terça-feira negra”. “Um dos dias mais difíceis que já tivemos”, admitiu.

Os sindicatos prometeram colocar a “França em espera”. Este já é o sexto dia de mobilização contra as mudanças nas pensões. Vários sectores já convocaram uma greve renovável.

E amanhã, quarta-feira, pelo menos no que diz respeito aos transportes, a França também estará quase paralisada.

A primeira-ministra Elisabeth Borne admitiu no canal France 5 que a economia francesa “fica de joelhos” perante este cenário.

ZAP //

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