Uma criança de 7 anos morreu em Coimbra, após ter engolido uma pilha. O menino, filho de emigrantes portugueses na Suíça, tinha vindo passar as férias de Natal a Portugal com a família.
A morte ocorreu a 14 de Janeiro, 16 dias depois de se ter dado a ingestão acidental da pilha em Zambujal, Cantanhede, no distrito de Coimbra.
O menino estava a brincar com um primo quando engoliu a pilha, sem querer, durante uma brincadeira, como refere o Correio da Manhã (CM).
José Pedro, de sete anos, foi levado para o hospital, em Coimbra, e operado logo depois do acidente, avança o jornal suíço 24 Heures.
“Os cirurgiões conseguiram retirar a pilha, mas o meu filho morreu devido a uma vascularite [uma inflamação dos vasos sanguíneos]”, conta a mãe da criança à publicação suíça.
“Ainda não se sabe se a bateria provocou o despertar desse problema genético que leva a hemorragia interna, mas é importante alertar para os perigos das pilhas”, salienta ainda a mãe da criança.
Após a cirurgia de remoção da pilha que estaria alojada no esófago, José Pedro foi novamente assistido no Hospital Pediátrico de Coimbra, no seguimento de “dores na barriga e nas pernas”, como descrevem familiares do menino ao CM.
Ainda ficou internado durante mais uma semana, mas acabou por falecer a 14 de Janeiro.
O 24 Heures relata que o “drama inimaginável” está a abalar não apenas a família enlutada, mas “toda a comunidade portuguesa da região” de Payerne, comuna suíça do cantão de Vaud, onde os pais do menino vivem, bem como os seus colegas da escola.
A população de Zambujal também está “em choque com a situação”, realça o CM.
Pilha redonda que se usa em relógios
O menino terá engolido uma pilha redonda e achatada semelhante às que se usam, habitualmente, nos relógios analógicos.
O serviço telefónico de apoio a intoxicações na Suíça recebe, em média, entre 80 a 90 pedidos de auxílio todos os anos devido à ingestão de pilhas redondas, segundo o 24 Heures.
Na maioria dos casos, as pilhas são evacuadas do organismo nas horas seguintes à ingestão acidental. Contudo, são sempre situações a que é preciso estar atento, até porque as crianças podem não apresentar sintomas.
Após a ingestão de corpos estranhos, algumas crianças podem revelar dificuldades para engolir, vómitos, excesso de saliva na boca, sensação de sufocamento, tosse e até dificuldades respiratórias. A presença de sangue nas secreções deve ser sinal de alarme.