Cientistas avaliaram os benefícios no alcance de metas de atividade física diária gerados por andar de forma menos eficiente — sim, é isso mesmo que leu.
Por mais curioso que pareça, andar de formas incomuns, mais elaboradas e difíceis, ou seja, com menos eficiência, pode ajudar a ficar em forma caso pratique um pouco todos os dias.
Publicado na revista científica BMJ, o estudo mostra que as taxas de atividade física não mudaram nos últimos 20 anos, mesmo com campanhas a mostrar os benefícios para a saúde cardiovascular e corporal em adultos.
Pensando na eficiência, surgiu uma ideia: e se tentassem reproduzir andares incomuns? Os investigadores imediatamente lembraram-se do Ministério do Andar Pateta, o sketch de humor do grupo britânico Monty Python, de 1971, e procuraram reproduzir as formas de caminhar em laboratório.
O Ministério dos Testes Eficazes
Para verificar o gasto energético de cada forma de andar, os cientistas observaram 13 adultos saudáveis — seis mulheres e sete homens de 22 a 71 anos, média de 34 — sem histórico de doenças pulmonares ou cardíacas e nenhum problema conhecido que afetasse o caminhar.
A altura e peso dos participantes também foi medida, e, por fim, todos assistiram ao Ministério dos Andares Palermas antes de começar os testes, de cinco minutos cada, num circuito interno de 30 metros.
Primeiro, os voluntários andaram de forma normal, como sempre fizeram, no ritmo que desejassem. Nos dois testes seguintes, deveriam reproduzir o melhor que pudessem os andares do Sr. Teabag e do Sr. Putey, personagens do sketch.
A distância percorrida durante os cinco minutos foi usada para calcular a média de velocidade, absorção de oxigénio e gasto energético. Também foi avaliada a intensidade dos exercícios em METs, ou seja, a quantidade de calorias gasta por minuto de atividade física.
Apenas o andar do Sr. Teabag mostrou um gasto significativamente maior de energia, cerca de 2,5 vezes o de um andar normal. Combinando os dados de ambos os sexos, a inalação de oxigénio num andar normal ficou em 11,3 mL/kg/min, ou 3,2 METs, bem próximo do andar do Sr. Putey, que gerou 12,3 mL/kg/min, ou 3,5 METs. Já o andar Teabag, o mais famoso, gerou 27,9 mL/kg/min, ou 8 METs, já se qualificando como exercício físico vigoroso.
Trocar apenas um minuto de andar normal pelo andar Teabag já aumenta o gasto energético em oito kcal/min para os homens e cinco kcal/min para as mulheres.
Caso troque o seu andar normal pelo Teabag por 11 minutos por dia, serão 75 minutos de exercício físico vigoroso por semana — fazer o mesmo de 12 a 19 minutos por dia aumenta o seu gasto energético em cerca de 100 kcal.
ZAP // Canaltech