Corrida natalícia aos ovos leva a falhas nos supermercados

A corrida aos ovos para as sobremesas de Natal está a fazer com que vários super e hipermercados estejam a sentir “falhas momentâneas” de stock.

Se por estes dias foi ao supermercado para comprar os ingredientes para as sobremesas de Natal e reparou que não havia ovos, não se surpreenda; não é o único.

Um pouco por todo o país, os supermercados estão com uma escassez momentânea deste que é um dos produtos mais procurados durante a quadra natalícia.

“Há aparentes falhas de stock momentâneas que estão a ser repostas, mas não ao ritmo que gostaríamos”, avisa o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier.

Em novembro, já os produtores avisavam para uma possível escassez de ovos no final do ano, lembra a CNN Portugal. Os meses de inverno são deficitários na produção nacional e a importação de Espanha está cada vez mais difícil por causa do preço elevado.

No Porto, uma responsável de um hipermercado disse ao ZAP que não faltam ovos, mas que simplesmente os stocks esgotam, uma vez que “as pessoas vêm todas a correr para comprar ovos para as sobremesas”.

A CNN Portugal sublinha que há denúncias de clientes de hipermercados a quem lhes é limitado o número de ovos que podem comprar. “É permitida para fazer face ao excesso de procura e para evitar o açambarcamento”, explica Lobo Xavier.

Apesar do cenário parecer preocupante, a apenas um dia da véspera de Natal, o diretor-geral da APED insiste que “não há motivos para alarme”.

“Os retalhistas têm sentido esse aumento da procura dos ovos não só pela sazonalidade, mas também porque houve claramente uma substituição de proteínas como a carne e o peixe pelos ovos”, explica Lobo Xavier à estação televisiva.

Ainda assim, o responsável da APED garante que o risco de falta de ovos para o Natal “está resolvido”.

No último ano, o preço de um cabaz de produtos agrícolas pago ao produtor aumentou, em média, 30% na União Europeia, de acordo com os dados divulgados pelo Eurostat. Há produtos com aumentos ainda mais significativos, como os cereais (+52%), ovos (+49%) e leite (+42%).

Daniel Costa, ZAP //

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