O BCE subiu as taxas de referência em 0,5 pontos percentuais, o que elevou para 2,5% o valor da taxa central de referência, o valor mais alto desde 2009.
Adivinham-se tempos difíceis para famílias e empresas, pelo menos até 2026, se se considerar os alertas deixados ontem por Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, em conferência de imprensa. A expectativa é que a inflação continue acima dos 2% em 2025, apesar de um crescimento da economia na ordem também dos 2% em 2024 e 2025.
É nestes dois fatores que o BCE se parece basear para justificar sucessivas e fortes subidas das taxas de juro ao longo do mesmo período. No entanto, esta subida não deverá ocorrer só por via das taxas. Tal como destaca o Jornal de Notícias, o preço dos empréstimos e do crédito também deverão continuar a aumentar como consequência do agravamento dos custos de financiamento exigidos a bancos, governos e empresas através de programas de cedência de liquidez e de compra de ativos (como obrigação do tesouro).
Tal como já era expectável, o BCE subiu as taxas de referência em 0,5 pontos percentuais, o que elevou para 2,5% o valor da taxa central de referência, o valor mais alto desde 2009. Foi o tom e o cenário traçado pela presidente do Banco Central Europeu que surpreenderam analistas e jornalistas, sobretudo se se considerar o abrandamento da inflação em novembro.
“Ainda temos caminho a percorrer”, “temos de ir mais longe” ou “estamos numa longa corrida” foram algumas das expressões utilizadas por Christine Lagarde, antecipando que o agravamento dos custos do financiamento aos agentes económicos da Zona Euro terá de continuar de forma “significativa” e “a um ritmo constante”. É, por isso, expectável que um novo aumento de 0,5 pontos percentuais saia da reunião de 2 de fevereiro do BCE, com a taxa de referência. Esta sucessão de subidas deverá continuar durante largos meses.
É também de esperar que entidade europeia torne o dinheiro mais caro, alterando as condições dos programas de ativos. A partir de março, o BCE vai começar a desfazer-se definitivamente de obrigações do tesouro e outros títulos que tem na sua posse a um ritmo de 15 mil milhões de euros por mês durante quatro meses, o que deverá pressionar ainda mais os juros neste período.