Diário de militar que morreu afogada no mar revela abusos sexuais na Força Aérea

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Ani Dabó, a jovem militar que morreu afogada no mar.

O diário improvisado de Ani Dabó revela os abusos sexuais que a jovem sofreu por parte de um primeiro-cabo da Força Aérea, enquanto dormia no quartel.

A jovem militar de 20 anos Ani Dabó, que no passado mês de novembro morreu afogada no mar da Póvoa de Varzim, volta a ser notícia. Segundo o Correio da Manhã, um diário improvisado, em folhas com o timbre das Forças Armadas, revela abusos sexuais sofridos por Dabó no quartel da Força Aérea.

“A primeira coisa que ouvi foi: ‘bem feita!'”, lê-se no diário. “E agora eu pergunto: e se fosse a tua filha, mãe e irmã que estivesse a trabalhar num sítio cheio de homens? E se de vez em quando gostasse de se divertir e um dia um canalha entrasse no seu espaço e abusasse dela?”, questionava a jovem.

“Não me lembro do que aconteceu, mas o meu corpo denunciou que alguém tinha tido relações sexuais comigo. Eu só soube disto quando acordei. Acusei fadiga, sujidade sexual e acordei como nasci, nua. Havia uns boxers no chão e as minhas cuecas estavam para baixo”, lê-se ainda no diário de Ani Dabó.

Exames físicos confirmavam o abuso sexual sofrido. A jovem muniu-se de um advogado, que a aceitou defender em regime pro bono, e avançou para tribunal.

Em julgamento, recorda o Correio da Manhã, acabou por aceitar o que já dizia no diário, escrito dias depois. “Cresci e cometi um erro. Um erro!”, explicava Dabó na carta; “se calhar até quis”, disse depois em tribunal.

O abusador sexual era primeiro-cabo. Acusado de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência, o suspeito nunca foi afastado de funções. Por outro lado, a jovem viu-se obrigada a mudar de quartel.

ZAP //

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13 Comments

  1. Existem sargentos promovidos a oficiais sem passar os 4 ou 6 anos na academia ou medicina. É preciso investigar como obtiveram as licenciaturas, e obrigar os militares do quadro e contratados a declarar se colaboram/pertencem à maçonaria-sociedades secretas.

    • E verdade. Existem oficiais, em diversas polícias e ramos das FA , que nem cabos deviam ser! Copiam trabalhos na internet e vamos lá! Continuam broncos e perigosos…desde logo pelos meios escolhidos para atingir objetivos.

    • É mais uma conquista de Anril, crimes mil!
      O 25 de Abril foi um acto de traição, pois violaram o Juramento de Bandeira que fizeram, porque quiseram!
      Desta forma e salvo honrosas excepções, ascendeu ao Poder uma quadrilha de cadastrados…., um país governado por marginais, é um país condenado!

  2. Contraditório o depoimento desta jovem: acordei como nasci, nua. E depois diz: as minhas cuecas estavam pata baixo. E depois diz: se calhar eu até quis. Resumindo: tentou ganhar algum, aliás como muitas culpas estratégicas que andam por aí.

    • Mais um caso (a juntar a tantos outros) de cooperativismo, de abusos, de violência, de encobrimento por parte das Forças Armadas. Ninguém assume nada, ninguém é responsável, ninguém dá a cara… Falta muita coisa a esta gente e uma delas é a coragem!

  3. Este caso está muito, mas muito mal explicado!
    Temos de fazer algo, para não se tornar só mais um número.
    Esta menina, merece descansar em paz…
    Não podemos deixar esta caso assim, é inadmissível.
    Mais uma mulher a ser violentada, mais uma mulher que falou de nada valeu.
    Um absurdo!

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