Um jogo dos diabos. A Bélgica sofreu – e como sofreu –, mas conseguiu levar de vencida a forte oposição do Canadá, partindo em vantagem neste Grupo F do Mundial 2022.
De volta ao convívio da elite Mundial, algo que não ocorria desde 1986, os canadianos, com Eustaquio e Steven Vitória no “onze”, foram quase sempre mais fortes na partida, chegaram a massacrar os belgas, mas a falta de eficácia – Davies desperdiçou uma grande penalidade e a selecção da América do Norte ainda falhou mais duas ocasiões flagrantes – foi penalizada pelo acerto de Batshuayi.
Furacão canadiano quase mastigou belgas
O “cinismo” belga fez a diferença na primeira parte. Numa das parcas vezes em que conseguiu fugir às amarras do opositor, a Bélgica não perdoou e colocou-se na frente do marcador na sequência um longo lançamento de Alderweireld, que descobriu Batshuayi, a defensiva canadiana não conseguiu travar a bola e o avançado aproveitou para fazer a festa e, de certa forma, maquilhar uma exibição pálida, previsível e sem chama da seleção que terminou a última edição do Mundial no pódio, com a medalha de bronze.
Quatorze remates, 26 acções com a bola na área da Bélgica, uma grande penalidade desperdiçada, mais duas que poderão ter ficado por assinalar, duas ocasiões flagrantes criadas e desperdiças.
Foi este o sumo de uma excelente exibição do Canadá, que imprimiu no terreno um ritmo alucinante, pressionou alto o portador da bola, agredindo a primeira fase de construção dos “diabos vermelhos”, obrigando-os a cometer erros em catadupa – 18 passes de risco falhados – e, dessa forma, protegeu a defesa que é lenta e tem dificuldades em proteger as costas. No único erro que cometeu, sofreu…
Alderweireld era o jogador em foco nesta fase com uma assistência, três passes progressivos, quatro alívios, um remate bloqueado.
Os “canucks” voltaram a estar por cima no reinício, com diversas incursões junto à área da Bélgica, mas aos poucos o gás foi faltando e o opositor começou a equilibrar as incidências, a frieza belga foi aguentando a curta vantagem face à resistência canadiana, que não conseguiu dar a volta ao “placard”.
Este é o segundo Mundial em que o Canadá caramba presença, no México 86 averbou três derrotas e marcou nenhum golo… A Bélgica chega para sua 14ª participação em fases finais de Mundiais, sendo que esta é a terceira consecutiva.
Melhor em Campo: Toby Alderweireld
O experiente central liderou a resistência belga e foi uma espécie de muro para os defensores contrários. Sempre seguro, é dele a assistência para o golo solitário e, além disso, foi responsável por apresentar um acerto de 91% no capítulo do passe (sete falhados em 75 tentados), cinco passes progressivos, três super progressivos, 91 ações com a bola, três recuperações de posse, dois desarmes e o recorde de 12 alívios (máximo da prova até ao momento)
Destaques da Bélgica
Courtois (6.9) – Decisivo. Aos dez minutos fechou a baliza e impediu que Davies apontasse o primeiro golo canadiano em fases finais de Mundiais, travando um penálti. O gigante finalizou o encontro com três defesas e com 1,3 em golos evitados.
Batshuayi (6.1) – Aproveitou a ausência do lesionado Lukaku para ser fulcral com um golo (em cinco remates), 27 acções com a bola, sendo que cinco foram na área adversária.
Destaques do Canadá
Stephen Eustaquio (6.6) – Atravessa um grande momento no FC Porto e demonstrou todo o potencial que tem esta quarta-feira. Foi o melhor elemento do Canadá em cena, apesar de ter saído aos 77 minutos. Nesse período somou três remates, teve uma eficácia de passe de 87%, fez oito passes progressivos, nove recuperações de posse, três desarmes, uma intercepção e uma acção defensiva no meio-campo adversário.
Steven Vitória (5.6) – O defesa-central do Desp. Chaves não destoou do nível que a selecção apresentou e não tremeu perante o poderio belga. Das acções que liderou, realce para quatro passes progressivos, duas variações de flanco, seis recuperações de posse e dois passes/cruzamentos bloqueados.
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