Abanar a cabeça ao ritmo da música não é uma habilidade exclusiva dos humanos, os ratos também o conseguem fazer, revela um novo estudo.
A música tem um efeito único em nós. Tanto tem a capacidade de nos fazer chorar como de nos fazer dançar em plena alegria. Para os mais contidos, um simples abanar de cabeça ao ritmo da música é suficiente. Pode parecer algo exclusivo dos humanos, mas há exemplos no mundo animal.
Em 2013, o leão-marinho Rona tornou-se no primeiro mamífero não humano conhecido por dançar, balançando a cabeça ao som da banda norte-americana Backstreet Boys. Mas os dotes de Snowball, a catatua dançarina, são ainda mais admiráveis.
Para que Rona fosse capaz de brilhar, alguém teve de lhe ensinar a movimentar a cabeça de um lado para o outro. No entanto, ao contrário do leão-marinho, Snowball parece ter inventado todo o repertório por conta própria.
Agora, uma equipa de investigadores descobriu que ratos também conseguiam abanar o capacete, escreve a EuropaPress. Os resultados foram recentemente publicados na revista Science Advances.
Aliás, os cientistas descobriram que a taxa ideal de abano de cabeça dependia da constante de tempo no cérebro — a velocidade com que o nosso cérebro consegue responder a algo —, que é semelhante entre as espécies.
Assim, a capacidade dos nossos sistemas auditivo e motor de interagir e mover ao ritmo da música pode ser mais difundida entre as espécies do que se pensava anteriormente.
Ao que parece, a capacidade de sincronizar os movimentos com a música depende, em certa medida, da nossa capacidade genética inata — que se pensava ser exclusivamente humana.
“Os ratos mostraram uma sincronização inata, ou seja, sem nenhum treino ou exposição prévia à música, do ritmo mais claramente dentro de 120-140 bpm (batidas por minuto), na qual os humanos também mostram a sincronização de ritmo mais clara”, explicou o coautor Hirokazu Takahashi, em comunicado.
Os investigadores levaram a cabo uma experiência com ratos e humanos. Os participantes foram expostos a trechos de um minuto da Sonata para Dois Pianos em Ré Maior K. 448, de Wolfgang Amadeus Mozart, em quatro tempos diferentes: 75%, 100%, 200% e 400% da velocidade original.
Além da sonata de Mozart, os participantes ouvira também “Born This Way”, de Lady Gaga; “Another One Bites the Dust”, dos Queen; “Beat It”, de Michael Jackson; e “Sugar”, de Maroon 5.
A equipa descobriu que ratos e humanos abanavam a cabeça numa batida semelhante, e que o nível de balançar a cabeça diminuía quanto mais acelerada a música fosse.